A Comissão Europeia pediu nesta quinta-feira à Netflix e outras plataformas de streaming para adaptarem os serviços ao aumento da procura em altura de isolamento social, pedindo ainda às operadoras para evitar congestionamento da Internet.
"As plataformas de streaming', as operadoras de telecomunicações e os utilizadores têm uma responsabilidade conjunta em adotar medidas para garantir o bom funcionamento da internet durante a batalha contra a propagação do novo coronavírus", vinca o comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton, numa declaração hoje enviada à imprensa.
Após ter conversado com o presidente executivo da plataforma de séries e filmes Netflix, Reed Hastings, Thierry Breton realça na nota que "a Europa e o mundo inteiro estão a enfrentar uma situação sem precedentes" devido ao surto de covid-19.
"Os governos adotaram medidas para reduzir as interações sociais para conter a propagação do Covid-19 e incentivaram ao teletrabalho e ao ensino online", recorda.
Por isso, segundo o comissário europeu, cabe agora às plataformas de streaming' e às operadoras de telecomunicações encontrar "as soluções mais adequadas para evitar o congestionamento da internet".
No que toca às plataformas de streaming como a Netflix, o executivo comunitário propõe que adaptem os seus serviços à procura, por exemplo, disponibilizando temporariamente uma qualidade de imagem padrão em vez de alta definição, tendo também em consideração as horas de maior procura.
Relativamente às operadoras de telecomunicações que fornecem serviços de internet, Bruxelas exorta a medidas para evitar e mitigar os impactos do congestionamento iminente da rede.
Já aos cidadãos, os utilizadores, a Comissão Europeia pede uma "utilização responsável", sugerindo configurações que reduzam o consumo de dados, incluindo o uso de 'Wi-Fi', opções para uma resolução dos conteúdos mais baixa sempre que possível.
O jornal económico Eco questionou as três principais operadoras em Portugal — Meo, Nos e Vodafone — que, apesar de, em Portugal, ainda não se registarem problemas no acesso à internet, admitiram a existência de picos de tráfego e que os mesmos estão a ser monitorizados por estas empresas.