Nem todos os alunos têm acesso aos mesmos meios. E as escolas e professores têm sentido nesta altura uma maior dificuldade em garantir o contacto com todos os alunos, especialmente com os mais "cadenciados ou vulneráveis", referiu esta sexta-feira o Ministério da Educação. Para quebrar barreiras, o ministério tutelado por Tiago Brandão Rodrigues estabeleceu novas propostas, uma vez que é "fundamental que se mantenha o contacto e o apoio aos alunos que se encontram com maior potencial de risco de exclusão social".
"Durante a crise de pandemia que atravessamos e tendo em conta o seu impacto, é importante relembrar que a democracia continua. Um estado democrático é aquele que garante direitos fundamentais a todos", lê-se em comunicado.
Durante o período em que os alunos vão estar em casa, o Ministério da Educação recomenda que os professores estabeleçam contactos diários com os alunos, através de todas as formas de comunicação – incluindo chamada de voz ou mensagem. Deve também ser articulada uma gestão com as forças de segurança que participam no Programa Escola Segura para que seja feito um acompanhamento de proximidade. Além disso, podem ser enviadas fichas de trabalho através dos CTT, permitindo que os alunos que não têm computador continuem a fazer os trabalhos e a acompanhar a matéria.
Leia as propostas na integra:
- Identificação regular pelo diretor de turma ou professor titular dos alunos sem acessibilidade e com baixa ou irregular taxa de participação nas atividades propostas.
- Definir canais de comunicação simples com as crianças e jovens em situação de vulnerabilidade. Privilegiar canais fáceis, momentos de contacto diário, através de todas as formas de comunicação disponíveis, como o telefone (voz ou mensagem).
- Para os que têm telemóvel, com acesso ao whatsapp ou outras aplicações semelhantes, estimular o envio de dúvidas e trabalhos por mensagem ou fotografia.
- Os canais de televisão disponibilizaram-se para divulgar conteúdos educativos em momentos específicos. Estimular a visualização desses momentos.
- Articular com as equipas das forças de segurança afetas ao Programa Escola Segura (EPES), na medida das suas possibilidades e disponibilidades, para coadjuvarem o trabalho de seguimento na proximidade com estes alunos, nomeadamente na articulação escola-alunos e em apoio domiciliário.
- Articular com os CTT para entregar/levantar fichas de apoio e os trabalhos ao domicílio.
- Mobilizar cidadãos para interagirem com as famílias e crianças, fomentando exercícios compatíveis com a distância telefónica/online, assim como para a entrega/recolha de fichas ao domicílio e posterior monitorização:
- Estudantes, designadamente na área da educação;
- Bancos de voluntariado das Câmaras Municipais;
- Bancos de voluntariado das Universidades;
- Docentes reformados;
- Embaixadores dos países de origem dos imigrantes;
- Dirigentes do Corpo Nacional de Escutas;
- Dirigentes associativos;
- Vigilantes escolares;
- Organizações não governamentais (ONG), associações de migrantes e outras entidades de quem a escola seja parceira.
- Mobilizar parceiros locais para apoio, designadamente através de disponibilização de wifi ou equipamentos.
- Investir na articulação com as Autarquias, aprofundando este trabalho conjunto e de proximidade.
- Utilizar a rede de apoio do Alto Comissariado para as Migrações (ACM).