O novo coronavírus já foi identificado em quatro lares portugueses – dois na região de Lisboa e Vale do Tejo e dois no Norte. Uma das situações mais complexas era a de um estabelecimento com 33 idosos em Vila Nova de Famalicão e que deixou de poder contar com oito funcionárias que estão infetadas, estando ontem apenas três pessoas – incluindo a diretora, que está grávida – a cuidar de todo o lar.
A ministra da Saúde anunciou que os doentes estavam a ser testados e que estavam a ser pensadas soluções que não passassem pelo internamento. “Não podemos deixar 33 pessoas com dois colaboradores”, disse Marta Temido. Ao final do dia de ontem, os idosos mais debilitados foram para o Hospital das Forças Armadas do Porto.
Ao i, o padre Lino Maia, presidente da CNIS – Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, explicou que “é importante que haja capacidade de mobilizar trabalhadores de outras valências e voluntários para trabalharem nestas instituições, nestas situações”. O responsável afirmou também que é preciso “arranjar lares para onde as pessoas que estão nestes lares possam ir”: “Há uma rede de respostas sociais que está sem capacidade. Mas tem de se arranjar uma solução. Só com as forças locais é que se pode resolver”.
Dizendo-se preocupado com as consequências do vírus para estes espaços, Lino Maia afirma que, em primeiro lugar, o que se deve tentar é que as famílias levem os idosos de regresso para suas casas.
“[Os funcionários dos lares] são pessoas que precisam de grande dedicação e, ou por serem infetados ou porque precisam de ficar em casa com os filhos, isso vai diminuir a capacidade de resposta”, concluiu.