A ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, comunicou que o exército encontrou “idosos absolutamente abandonados — quando não estavam mortos — nas suas camas”, durante a realização de trabalhos de socorro, que além de desinfeção na via pública, passam também por inspecionar situação em lares e residências de idosos.
A governante confirmou assim, esta segunda-feira, as informações que já tinham sido noticiadas pelos média espanhóis. E prometeu que a punição dos responsáveis por este abandono, que obrigou idosos a conviver com cadáveres em plena crise epidémica, será “implacável e esmagadora”. “Todo o peso da lei irá cair sobre aqueles que não cumprirem suas obrigações”, em especial contra este grupo de risco, acrescentou.
Sublinhe-se que em caso de suspeita de infeção, não se deve tocar no cadáver até que as autoridades de saúde cheguem ao local. Em Portugal, ocorreu uma situação semelhante: o cadáver de um homem ficou cerca de onze horas na via pública até que fosse recolhido.
Em Espanha, os serviços fúnebres já colapsaram e os corpos ficam por recolher por falta de equipamento. Na capital, o maior ringue de patinagem no gelo do país foi já transformado em morgue. São cerca de 1800 metros quadrados para acolher corpos
Os números de Espanha, o quarto país mais afetado pela pandemia covid-19, são cada vez mais preocupantes, a atualização mais recente dá conta de 39676 casos confirmados, mais 4540 do que o balanço anterior. As vítimas mortais subiram para 2800, o que significa 489 novos óbitos.