A Autoridade Palestiniana anunciou hoje a primeira morte por covid-19, de uma mulher de 64 anos, de Biddu, no norte de Jerusalém, onde se localizam boa parte dos 62 casos registados na Cisjordânia. Os testes da vítima foram feitos em Ramallah, tendo sido depois transferida para o hospital Hugo Chávez, em Turmsayya. A filha e o genro da vítima também deram positivo ao novo coronavírus, e aguardam-se os testes aos seus filhos. Um deles trabalha em Israel, que poderá ter sido o local de exposição – a vítima não viajava para fora da sua aldeia, asseguraram as autoridades.
Entretanto, a cidade de Belém, onde se concentram boa parte dos casos de covid-19 na Cisjordânia, continua em isolamento total. As autoridades palestinianas apelaram a todos os cidadãos que se mantenham em casa o máximo possível, e que aqueles que trabalham em Israel se mantenham em quarentena 14 dias. O primeiro-ministro palestiniano, citado pelo Haaretz, declarou também que Israel é responsável pelos palestinianos que mantém presos, tendo apelado à sua libertação, “particularmente doentes, mulheres e crianças”.
Já em Gaza, que está sob cerco de Israel e sobre a alçada do Hamas, há “um desastre à vista”, após o surgimento de dois casos do novo coronavírus, avisou à Al Jazira Tarek Loubani, um médico palestino-canadiano. A Faixa de Gaza é um dos territórios mais densamente populados do mundo, onde mesmo em tempos normais há escassez de medicamentos, sanidade e bens essenciais. “Os hospitais não estão preparados”, concordou Matthias Schmale, diretor da agência da ONU encarregue dos refugiados palestinianos. Com a pandemia, “as pessoas estão aterrorizadas, porque sabem que vivem num barril de pólvora”, notou Loubani, que considera que a única maneira de aliviar a situação é pôr fim ao longo bloqueio israelita a Gaza.