Por esta altura, já todos percebemos que ninguém está imune à covid-19. Com o número de infetados a aumentar todos os dias, a lista de figuras conhecidas a testarem positivo ao novo coronavírus vai ficando cada vez mais extensa.
Esta sexta-feira, Boris Johnson, primeiro-ministro britânico, anunciou que testou positivo para o SARS-CoV-2, depois de ter sentido sintomas ligeiros. Através das redes sociais, informou que está em isolamento social e que irá continuar a liderar a resposta do Governo, por videoconferência, ao combate a este surto. Recorde-se que a estratégia do Reino Unido para lutar contra a pandemia fez correr muita tinta nos últimos dias. Boris Johnson apresentou um plano que consistia na «imunidade de grupo», que pretendia proteger os grupos vulneráveis e deixar que a restante população ficasse infetada para desenvolver a ambicionada imunidade coletiva. Contudo, depois de vários estudos mostrarem que este modelo podia conduzir a um cenário catastrófico no país (tanto no número de mortos como no impacto que poderia ter no sistema público de saúde, que arriscava colapsar e não dar resposta a todos os novos casos), o Governo britânico recuou. Ainda durante o dia de ontem, apenas duas horas depois de o primeiro-ministro britânico ter revelado os resultados das suas análises, foi a vez de o ministro da Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, fazer saber que também padece do novo coronavírus. Recorde-se que Nadine Dorries, secretária de Estado da Saúde, foi a primeira política britânica a ser diagnosticada com a covid-19, há mais de 15 dias.
Durante a semana, também o príncipe Carlos, de 71 anos, testou positivo ao novo coronavírus. Um porta-voz da Clarence House, residência oficial do herdeiro da coroa britânica, disse ainda que não havia certezas sobre como o filho mais velho da Rainha Isabel II contraiu o vírus, dado o elevado número de compromissos em que marcou presença nas últimas semanas – um dos quais em Londres, que também contou com o príncipe Alberto do Mónaco, que revelou há vários dias estar doente por covid-19. Por sua vez, o exame à mulher de Carlos, Camila, de 72 anos, foi negativo.
Nos últimos dias, também Plácido Domingo e Harvey Weinstein confirmaram que deram positivo ao SARS-CoV-2. O tenor espanhol, de 79 anos, revelou que fez o teste depois sentir sintomas como «febre e tosse», adiantando que está em isolamento voluntário, tal como a sua família, durante o tempo que for necessário. Já o ex-produtor de cinema, de 68 anos, que está a cumprir a pena de 23 anos de prisão por crimes de violação e agressão sexual, mantém-se em isolamento numa cela especial na prisão Wende Correctional Facility, em Nova Iorque.
No universo desportivo, o vírus chegou ao ténis, com o brasileiro Thiago Wild a ser o primeiro atleta do ATP a contrair a doença.
Nos últimos dias, o internacional belga Marouane Fellaini também testou positivo. Fellaini, de 32 anos, foi o primeiro futebolista da Super League chinesa (principal escalão do futebol chinês) a ser diagnosticado com a covid-19, tendo realizado os exames na província chinesa de Jihan. O antigo jogador do Everton e do Manchester United representa o Shandong Luneng desde 2019.
Em sentido inverso, destaque para Mikel Arteta, treinador do Arsenal, que afirmou estar «completamente recuperado» duas semanas após ter contraído o novo coronavírus. O basco, de 38 anos, foi o primeiro caso diagnosticado na Liga inglesa, divulgado um dia antes de a prova ter sido oficialmente suspensa.
Além dos infetados, há já também várias vítimas mortais a lamentar. Lorenzo Sanz, presidente do Real Madrid entre 1995 e 2000, faleceu, no passado sábado, aos 76 anos, vítima de covid-19. O ex-presidente dos merengues encontrava-se nos cuidados intensivos desde o passado dia 17 de março, num hospital em Madrid.
Já esta quinta-feira, faleceu o ator norte-americano Mark Blum, de 69 anos, devido a complicações causadas pelo novo coronavírus. Entre os vários trabalhos, destacam-se as participações em filmes como Desesperadamente Procurando Susana e Crocodilo Dundee.
Antes, na terça-feira, foi declarado o óbito do dramaturgo norte-americano Terrence McNally, de 81 anos. O vencedor de cinco prémios teatrais Tony faleceu, na Florida, também de complicações resultantes da infeção por covid-19.
Também Manu Dibango não resistiu à covid-19. O saxofonista camaronês, lenda da música africana e embaixador do afro jazz, morreu aos 86 anos, em França, onde vivia desde a adolescência.
Entre as vítimas mortais pela covid-19 estão está ainda o chef de cozinha indiano Floyd Cardoz, de 59 anos, que se tornou conhecido do público após vencer o programa Top Chef Masters americano.
Recorde-se que na última semana, o arquiteto italiano Vittorio Gregotti, coautor do Centro Cultural de Belém, foi vítima de uma pneumonia causada pelo covid-19. Morreu aos 92 anos, em Milão, na clínica onde se encontrava internado.