Um guarda prisionalde quase 60 anos do estabelecimento prisional de Custóias está infetado pelo novo coronavírus. A notícia foi confirmada à agência Lusa pelo presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, Jorge Alves, que adiantou que o guarda em questão estava “todos os dias na cadeia”.
O guarda, que já se encontrava em casa há vários dias, recebeu neste sábado o resultado do teste ao novo coronavírus. Segundo o dirigente sindical ouvido pela agência Lusa, é o primeiro guarda prisional a ser testado positivo em Portugal desde o início da pandemia que infetou mais de 5 mil pessoas e causou, de acordo com o último balanço conhecido (sábado), a morte de 100.
O mesmo responsável alertou ainda para a necessidade de avaliar agora todas as cadeias de contágio dentro da prisão para isolar quer os guardas quer os reclusos com quem o guarda em questão tenha estado em contacto — e recordou a falta de material de proteção para os guardas prisionais.
Ainda há dois dias, numa carta aberta enviada ao Presidente da República, o sindicato presidido por Jorge Alves dizia "não ter qualquer dúvida" de que estavam “a ser violadas, por parte da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), as obrigações de cumprimento do estado de emergência”. Ou seja, que os guardas não têm autorização para "andar de máscara no interior das prisões para não criar alarme social junto dos reclusos", o que os alarma ainda mais.
O sindicato alertava para a DGRSP estar a encarar o problema "de dentro para fora e não de fora para dentro”.
Ainda à agência Lusa, fonte oficial da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais afirmou não ter informação sobre o resultado positivo ao guarda prisional de Custóias.