O cidadão ucraniano encontrado morto numa sala do Centro de Instalação Temporária do aeroporto de Lisboa foi espancado durante 20 minutos, com recurso a murros, pontapés e um bastão, por três agentes do SEF, segundo avança a Sábado, que teve acesso ao mandado de detenção.
Frases como "isto aqui é para ninguém ver", "agora ele está sossegado" ou "hoje já nem preciso de ir ao ginásio" foram referidas pelos três inspetores do SEF, acusados de agredir Ihor Homeniuk até à morte.
Os três agentes – Duarte Laja, Bruno Sousa e Luís Silva – foram detidos, colocados em prisao domiciliária e, de acordo com a Sábado, tentaram esconder o que se havia passado, escrevendo na ficha de entrada no Instituto de Medicina Legal que o ucraniano tinha sido encontrado na rua.
O imigrante, que se queixava com dores no chão da sala para onde foi levado, foi entrevistado por vários inspetores do SEF quando chegou a Portugal, transportado para o Hospital de Santa Maria para ser assistido, mas acabou num gabinete em isolamento e acalmado com um calmante, Diazepan, administrado por um enfermeiro sem quaisquer habilitações.
Segundo a PJ, o cidadão ucraniano terá desembarcado em Lisboa no dia 10 de março, vindo da Turquia. O SEF bloqueou a entrada deste homem logo no aeroporto e preparava-se para o obrigar a regressar à Turquia no voo seguinte. No entanto, o homem terá resistido e insistido para entrar em território português.
No entanto, não é conhecido o motivo pelo qual os inspetores do SEF agrediram o cidadão ucraniano.