A Comissão Europeia revelou esta, quinta-feira, que há 20 casos de covid-19 confirmados num campo de refugiados na Grécia. Embora a situação não seja ainda considerada preocupante, é tida como “um forte sinal de alerta".
Ylva Johansson, comissária europeia dos Assuntos Internos, revelou, durante um debate por videoconferência com a comissão de Liberdades Civis do Parlamento Europeu, que há "duas dezenas de casos confirmados" num campo de refugiados nos arredores de Atenas.
"Creio que [a situação] é gerível, trata-se de um campo bem organizado e com acesso a cuidados sanitários, mas é um forte sinal de alerta", disse, frisando que, no entanto, muitos outros campos de refugiados estão muito menos equipados para apoiar "um grande número de pessoas que já vivem em condições precárias" e que a propagação da pandemia e a sua eventual chegada a campos de refugiados "pode provocar uma crise humanitária maciça".
"Isto é um perigo, tanto para os refugiados instalados em países terceiros, fora da União Europeia, como para aqueles que vivem em condições insustentáveis nas ilhas gregas", disse, defendendo uma transferência urgente das pessoas mais vulneráveis para quartos de hotéis atualmente desocupados.
No mesmo debate, Michalis Chrysohoidis, ministro grego da Ordem Pública, garantiu que têm sido tomadas várias medidas pelas autoridades gregas, nomeadamente separar os recém-chegados, proceder a testes de despistagem e isolar eventuais infetados. Contudo, o governante admite que sistema de saúde grego também está "sob grande pressão e os recursos não são ilimitados".