A Polícia Judiciária deteve ontem duas jovens, maiores de idade, suspeitas de terem assassinado e desmembrado um rapaz de 21 anos no Algarve. Ao que o i apurou, em causa estaria um prémio de seguro de vários milhares de euros a que a vítima tinha tido direito e ainda motivos passionais.
Uma das suspeitas ter-se-á envolvido com a vítima, um informático, tendo-se apercebido de que este havia recebido recentemente 70 mil euros. A partir daí, o crime começou a ser planeado com a outra suspeita – ambas mantinham uma relação amorosa.
Aproveitando-se da relação de confiança, o jovem terá sido atraído para um local ermo pela mulher mais nova. Aí terá sido mantido em cativeiro durante dois dias – entre 18 e 20 de março –, tempo em que terá sido ameaçado e forçado a passar os códigos do multibanco. Depois disso, terá sido asfixiado. Para não deixar rasto, as suspeitas terão desmembrado a vítima e distribuído partes do corpo por vários locais, entre o Barlavento e o Sotavento – a cabeça foi encontrada em Tavira e o tronco e dois membros no Cabo de São Vicente.
Depois de detidas, as duas suspeitas terão confessado a autoria do crime. Em comunicado, a Polícia Judiciária confirmou ontem ao final do dia que deteve “duas mulheres, pela presumível autoria de um crime de homicídio qualificado e de um crime de profanação de cadáver”.
“Os crimes ocorreram na região algarvia entre os dias 20 e 25 de março de 2020”, referiu a PJ, adiantando que “a vítima, cidadão português com 21 anos de idade, residente no Algarve, foi desmembrada, tendo partes do corpo sido encontradas nas zonas de Sagres e de Tavira”.
E acrescentou: “A investigação desenvolvida ininterruptamente desde o aparecimento de partes do corpo da vítima, na região de Tavira, permitiu a recolha de relevantes elementos indiciários, tendo culminado na identificação e detenção das presumíveis autoras”.
As detidas têm 19 e 23 anos e também são residentes no Algarve. Segundo a PJ, estão “social e familiarmente inseridas” e não têm “antecedentes criminais”. As duas vão agora ser presentes a tribunal para aplicação das medidas de coação.