Conselho de Escolas Médicas recomenda uso de máscaras em larga escala

O uso generalizado pela população pode ser uma medida de controlo ou atrasar uma pandemia referem os especialistas no documento com 26 páginas

O Conselho de Escolas Médicas Portuguesas defende o uso alargado de máscaras para a população portuguesa, citando artigos científicos. No texto com 26 páginas, intitulado Argumentação e Evidência Científica para o Uso Generalizado de Máscaras pela População Portuguesa, citado pela Lusa, o Conselho de Escolas Médicas considera que a “utilização de máscaras faciais em larga escala” pode mesmo vir a ser uma “estratégia importante para atrasar uma pandemia (…) ou pelo menos para diminuir a taxa de ataque a infeção”. 
Esta frase é uma da citações de artigos científicos usados no argumentário do Conselho de Escolas Médicas Profissionais. Mas há mais.
Na lista de argumentos, o uso alargado de máscaras pode permitir, no limite a “diminuição da propagação da doença, não só neste momento de surto da pandemia, como futuramente na prevenção de futuros surtos”. No mesmo texto acrescenta-se que não há  “um grau de maior evidência verdadeiramente contra a utilização [de máscaras] de forma generalizada pela população”.
Assim, a maioria dos artigos científicos usados no documento convergem na recomendação do uso “generalizado de máscara por parte da população como medida de controlo da transmissão de infeções respiratórias, reduzindo o risco de contágio, a taxa de ataque”.
Há dois dias, a ministra da Saúde, Marta Temido, admitiu o alargamento do recurso à máscara por forças de segurança, (incluindo guardas prisionais) militares, quando estão no terreno em contacto com terceiros,  ou mesmo quem está nos supermercados, no contacto direto com o público. Isto caso não existam proteções em acrílico nesses referidos estabelecimentos. A Direção-Geral de Saúde também alargou a recomendação de máscaras, por exemplo, a oncológicos, a doentes de hemodiálise ou doentes com imunodeficiência nas suas deslocações. A medida também se pode aplicar a profissionais e voluntários no contacto direto, por exemplo, com sem-abrigo, aos profissionais de funerárias e morgues que lidem diretamente com cadáveres, ou em instituições de solidariedade social no momento, por exemplo, de serviços de limpeza.
De realçar, que o Conselho de Escolas Médicas Portuguesas defende ações de sensibilização na forma de usar as máscaras, sendo que a produção deste tipo de material de proteção caseiro,  podem ter 50% a 85% de efeito para quem as usa. Mas é preciso ter em conta os materiais. Se forem bem feitos e bem utilizados podem libertar a pressão de procura desta proteção para os profissionais de saúde.