Foot-ball: a conjugação é de uma simplicidade tocante. Quase como na fase em que Tarzan deixou de ser por completo filho de macacos e percebeu que tinha algo de humano ao ver uma mulher bonita: «Me Tarzan; you Jane». Ora, em português podemos ensaiar, devagarinho: fute-bol. É um inglesismo, pois é, e pé-na-bola fica tão bem ou melhor.
As coisas mudam de figura quando há futebóis aos pontapés, no autêntico estilo da expressão. No seu jeito essencialmente prático, como gostava de dizer o divino Eça, os ingleses identificaram o football-rugby e o football-association. A diferença entre ambos toda a gente conhece, nem que seja pelo feitio da bola, a do association com melhor feitio, redondinha e obediente a pés carinhosos, a do rugby mais insurrecta, oval e voluntariosa, a exigir que lhe metam mais vezes a mão em cima.
Entre o rugby e o association existem, no entanto, um ror de derivações que obrigariam o velho Newton a recitar princípios mais categóricos do que matéria atrai matéria na razão direta das massas e na razão inversa do quadrado das distâncias. E olhem que a Lei da Gravidade é fundamental para quem quer verdadeiramente saber jogar futebol, seja de que género for.
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