Julgo que a primeira pessoa a exigir que os bancos se ‘chegassem à frente’ nesta crise do coronavírus foi Catarina Martins.
Depois veio António Costa dizer que os portugueses tinham ajudado os bancos, pelo que era altura «de os bancos ajudarem os portugueses».
A seguir foi Rui Rio a proclamar no Parlamento que seria «imoral» os bancos terem lucros nos próximos dois anos.
Marcelo Rebelo de Sousa também não quis deixar de meter a colherada e, no papel de sacristão de Costa, veio dizer mais ou menos o mesmo que ele.
E, claro, o povo seguiu o mote dos políticos e apontou o dedo aos bancos, exigindo-lhes que encontrem soluções para a grave crise que vivemos.
É sempre assim em Portugal. A seguir ao 25 de Abril, os partidos de extrema-esquerda gritavam: «Os ricos que paguem a crise!».
Quando ocorre um problema grave, há sempre alguém exterior a nós que deverá assumir a responsabilidade de o resolver.
Ao contrário de outros povos, não dizemos: «Vamos arregaçar as mangas e levantar o país!».
Não.
São sempre outros que têm de o fazer.
Leia o artigo na íntegra na edição impressa do SOL. Já pode receber o SOL em sua casa. Veja como aqui.