"Uma recuperação vigorosa a partir de 2021”. A frase é de Pedro Siza Vieira e retrata o clima de confiança que sucedeu à reunião desta esta terça-feira entre o Governo e um grupo de economistas e representantes de vários organismos com o objetivo de preparar a retoma pós-pandemia no país.
No final do encontro – que contou com a presença do primeiro-ministro António Costa – o ministro da economia revelou-se satisfeito com o conjunto de “reflexões e sugestões” que foram discutidos. “Há uma partilha da ideia que é preciso construir uma confiança na capacidade de protegermos os mais vulneráveis”, à medida que as restrições impostas pelo Estado, na sequência da pandemia de covid-19, comecem a ser gradualmente levantadas.
Apesar de admitir uma expectativa de recessão “importante” este ano, em linha com as previsões do FMI – que esta terça-feira anunciou uma estimativa de contração de 8% para a economia portuguesa em 2020 –, e de alertar para o impacto “muito significativo” no segundo trimestre – tal como já ontem havia feito Mário Centeno –, Siza Vieira reforçou a necessidade de ser criado “um clima de confiança de que é possível regressar à normalidade”, tanto para as empresas, como para as pessoas.
Embora sem avançar com datas, o ministro da Economia aponta que, já nas próximas semanas, seja possível retomar, a pouco e pouco, as atividades interrompidas e a liberdade de movimentos de pessoas em Portugal. Porém, Siza Vieira voltou a alertar para a necessidade de se manterem as cautelas, como até aqui, para o futuro mais imediato. “Os portugueses têm tido um comportamento exemplar, com autodisciplina e gestão de risco”, referiu, sublinhando que essa situação “deve continuar como até aqui”.
Máscaras para todos? Das cautelas referidas por Siza Vieira, uma destacou-se: a necessidade da população portuguesa passar a usar máscara a partir do momento em que for levantado o estado de emergência. O ministro da Economia mostrou-se confiante que a falta de máscaras vai ser colmatada em breve, e que todos as vão poder usar. O governante chamou a atenção para "normais comunitárias" que permitem fazer chegar o material, mas também para "as empresas portuguesas que começaram a produzir em massa máscaras", garantindo uma "medida de proteção em grande escala que [Portugal] não dispunha anteriormente.