As restrições à circulação são para manter, pelo menos, até ao início de maio. O primeiro-ministro, António Costa, disse, em entrevista à rádio Observador, que este ainda não é o momento para “aliviar” as medidas para controlar a propagação da pandemia. Deixou, porém, uma nota positiva ao prever que os portugueses poderão ir de férias no verão.
António Costa elogiou várias vezes o comportamento dos portugueses que, com raras exceções, têm seguido os conselhos das autoridades de saúde e as medidas restritivas impostas no contexto da pandemia. As dúvidas sobre o momento em que é possível começar a eliminar algumas restrições ainda são muitas, mas é certo que será um processo “gradual e progressivo”. Os grupos de risco, por exemplo, poderão ter de ficar em casa mais tempo e poderá haver regiões com medidas mais restritivas do que outras. “Temos vindo a diminuir o risco de expansão da pandemia, mas ainda não chegámos à fase de declínio da pandemia. É prematuro tomarmos uma decisão e os cientistas não são ainda capazes de antecipar com suficiente precisão quando é que lá chegaremos. Será no final deste mês? Será em meados do próximo mês? Será no final? Não sabem dizer”, afirmou, nesta entrevista, o primeiro-ministro.
Certo é que o estado de emergência vai ser renovado no final desta semana até ao início do mês de maio. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já disse que durante o mês de abril “não podemos afrouxar nem baixar a guarda”.
António Costa admitiu que as restrições relacionadas com os direitos dos trabalhadores poderão ser eliminadas, mas “relativamente às limitações à circulação e ao conjunto do funcionamento das atividades” não deverá existir qualquer alteração.
O primeiro-ministro admitiu que as pessoas “começam a estar cansadas” das restrições impostas pela pandemia, mas frisou que “não podemos desistir”.
Férias de verão Apesar de ter sido cauteloso sobre o melhor momento para começar a reduzir as restrições, António Costa admitiu que os portugueses poderão ir de férias no verão e aconselhou a que o fizessem sem sair do país. “Esperem mais umas semanas, mas não deixem de pensar nas férias de verão”, disse o primeiro-ministro, convicto de que “até ao verão a situação estará suficientemente controlada para podermos ter as férias e para as podermos gozar o melhor possível”. Recorde-se que no domingo a presidente da Comissão Europeia aconselhou a “esperar antes de fazer planos” para as férias.
levantamento de restrições O Governo ouviu durante o dia de ontem economistas e académicos para preparar o relançamento da atividade económica. No final da reunião, o ministro Pedro Siza Vieira admitiu que “daqui a algumas semanas” começará a ser “equacionado o levantamento destas restrições” e nessa altura terão de existir condições para reforçar as medidas de proteção individual como a utilização de máscaras no espaço público. “Importa assegurar que existe o abastecimento suficiente desses tipo de equipamentos”, disse o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital.
A hipótese de o Governo distribuir máscaras ou luvas nas ruas, como está a acontecer noutros países europeus, não está, para já, em cima da mesa.
A preocupação do Governo passa por criar condições para que exista material de proteção disponível para todas as pessoas que vieram a necessitar quando as medidas restritivas começarem a abrandar.