Apesar de numa fase inicial a Singapura ter conseguido conter a disseminação do novo coronavírus, graças a uma estratégia muito rígida de controlo e rastreamento dos contactos das pessoas infetadas, desde o início de abril que o país tem sido confrontado com uma segunda onda da doença. Esta segunda-feira, dia 20 de abril, as autoridades de saúde do país anunciaram 1.426 novos casos de pessoas infetadas com a covid-19, elevando o total de casos para 8.014 casos e 11 mortes.
Este aumento representa um recorde do aumento do número de infetado no país.
O número de novos casos aumentou em todo o país desde que campanhas de teste foram lançadas em casas ou alojamentos lotados onde os trabalhadores imigrantes vivem, geralmente em condições insalubres.
Singapura tem cerca de 200 mil trabalhadores da construção civil, a maioria do sul da Ásia, que constroem edifícios e centro comerciais gigantes e recebem cerca de 400 a 500 dólares (370 a 460 euros) por mês.
O primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong, alertou neste fim de semana que o número de trabalhadores imigrantes infetados pelo vírus provavelmente aumentará drasticamente à medida que as campanhas de teste forem efetivadas. "Felizmente, a grande maioria desses casos é leve, já que os trabalhadores são jovens", disse o político no Facebook.
Os alojamentos gigantes onde os imigrantes costumam viver, por vezes com mais de dez pessoas por quarto, não permitem a distância física necessária para evitar a contaminação.
As autoridades colocaram em quarentena dezenas de milhares de trabalhadores e transferiram muitos deles para moradias com menos pessoas, para evitar uma maior disseminação do novo coronavírus.
Singapura, que já havia encerrado as suas fronteiras para os não-residentes, incluindo o trânsito através do seu 'hub' aéreo, resolveu no início de abril encerrar temporariamente escolas e o comércio não-essencial.