Na tarde deste sábado, o ponteiro dos relógios rondava as cinco horas quando um grupo de corredores fez da Praça do Chile a sua meta. No lado oposto da rua Morais Soares, o proprietário de uma loja de reparações de telemóveis assistia ao final “violento” da corrida. Através da montra, Saloman Naqui conseguiu perceber que, antes de travarem o “camisola amarela” em frente a um hostel, corriam atrás dele – e do telemóvel roubado que trazia na mão – “pelo menos sete pessoas”.
Apesar de não ter reconhecido o assaltante como um dos seus clientes, o proprietário do estabelecimento confessa que “alguns” dos moradores do hostel, que viria a ser evacuado na manhã seguinte devido a um caso positivo de covid-19, já recorreram aos seus serviços. As imagens da evacuação do hostel, que consegue avistar a partir do seu posto atrás do balcão, não o surpreenderam. Também não foi pela televisão que soube que os clientes do hostel eram requerentes de asilo. Os residentes do hostel que vão à procura de um telemóvel na sua loja referem a sua situação, por norma, para regatear. “Dizem-me que moram ali e que estão em situação de asilo, e pedem-me para pagar 100€ por um telemóvel que custa 120€”, explica o proprietário da loja, que há dois anos ocupa a esquina com a Morais Soares.
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