Pelo menos 30 requerentes de asilo em Portugal começaram no sábado, dia 25 de abril, a fazer testes de despistagem à infeção do coronavírus, disse à Lusa o delegado de saúde de Lisboa e Vale do Tejo.
Segundo Mário Durval, os testes irão continuar a ser feitos, mas não adiantou se existe algum prazo definido para a sua conclusão.
Ainda de acordo com o delegado de saúde de Lisboa e Vale do Tejo, não há para já resultados dos testes, uma vez que apenas começaram a ser feitos hoje.
Na segunda-feira, a presidente do Conselho Português para os Refugiados (CPR), Mónica Farinha, disse à Lusa que o organismo está a acompanhar atualmente 950 requerentes de proteção, dos quais cerca de 800 se encontram em alojamentos externos aos serviços, em 'hostels' na cidade de Lisboa.
No dia anterior, um 'hostel' localizado na Rua Morais Soares, na freguesia de Arroios, foi evacuado devido a um caso positivo da doença.
A unidade, que foi entretanto desinfetada, albergava perto de 200 pessoas em cerca de 40 quartos, segundo as autoridades.
Posteriormente, os 171 migrantes que estavam hospedados no 'hostel' foram transportados para a Base Aérea da Ota, em Alenquer.
Destes requerentes de asilo, 136 testaram positivo à presença do novo coronavírus (SARS-CoV-2), sete com resultados inconclusivos e 26 com testes negativos.
No entanto, quando foram realizados os testes à covid-19 aos migrantes alojados no 'hostel', 25 não estavam presentes.
A pedido das autoridades sanitárias, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) realizou várias averiguações e, na quarta-feira, anunciou que tinha detetado 19 dos 25 cidadãos estrangeiros.
Dos seis desaparecidos, um foi localizado no Reino Unido, tendo o SEF precisado que terá saído de Portugal antes de ser detetado o caso de covid-19 no 'hostel'.
Na sexta-feira, fonte do SEF indicou que continuam a ser feitas diligências para localizar os outros cinco migrantes desaparecidos.
De acordo com os dados do CPR, no ano passado pediram asilo perto de 70 nacionalidades diferentes.
De acordo com a legislação em vigor, os requerentes de proteção internacional estão, durante todo o procedimento, em situação regular em Portugal.
De acordo com a Lei do Asilo, o apoio social e de alojamento é assegurado apenas àqueles que se encontram em situação de carência económica, podendo este apoio cessar a qualquer momento, assim que se deixe de verificar os pressupostos dessa situação.