As viagens turísticas dos residentes em Portugal atingiram em 2019 o valor mais elevado da última década, aumentando 10,8% para 24,5 milhões e mais do que duplicando a subida de 4,2% registada em 2018, divulgou esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com os resultados preliminares do INE, esta evolução foi sobretudo dinamizada pelas viagens ao estrangeiro, que cresceram 24,7% (+13,3% em 2018) e representaram 12,7% do total (+1,4 pontos percentuais), sendo a maioria (59,7% ou +1,2 pontos percentuais) para “lazer, recreio ou férias”.
Já as deslocações nacionais aumentaram 9,0% (+3,2% em 2018) e tiveram como principal motivo “lazer, recreio ou férias”, o que representa um acréscimo de 3,0 pontos percentuais face ao peso em 2018.
No ano passado, o motivo “lazer, recreio ou férias” esteve associado a 49,4% do total das viagens (12,1 milhões de viagens, +17,9%) e a “visita a familiares ou amigos” foi o motivo de 37,8% das deslocações (9,2 milhões de viagens, +1,2%), enquanto os motivos “profissionais ou de negócios” representaram 8,2% do total (2,0 milhões de viagens, +9,9%).
A região Centro reforçou a sua posição como destino das viagens realizadas em território nacional, assimilando 33,0% das viagens efetuadas (+2,9 pontos percentuais face a 2018), enquanto a região Norte perdeu peso, com menos 3,3 pontos percentuais, para uma proporção de 22,5%. Já a Área Metropolitana de Lisboa foi identificada como destino em 17,4% das viagens nacionais, tal como em 2018.
Quanto aos principais países de destino em 2019 no âmbito das deslocações ao estrangeiro, Espanha e França mantiveram a primeira e a segunda posições, respetivamente, com 32,7% (+0,8 pontos percentuais) e 12,3% (-1,4 pontos percentuais) das viagens. A Itália ascendeu ao terceiro lugar, com 6,2% (+0,6 pontos percentuais), por troca com o Reino Unido (6,0% face aos 7,3% registados em 2018).
Entre as viagens realizadas ao estrangeiro, 75,7% (-0,3 pontos percentuais) tiveram como destino os países da União Europeia.
Em 2019, as viagens com marcação prévia representaram 35,4% do total (+2,8 pontos percentuais face a 2018) e 90,7% das destinadas ao estrangeiro (+0,9 pontos percentuais), verificando-se que o recurso à internet ocorreu em 24,2% das viagens, mantendo a tendência de reforço face aos anos anteriores (19,1% em 2018 e 17,4% em 2017).
Entre o total de dormidas em 2019, as efetuadas em “alojamento particular gratuito” corresponderam a 61,3% (63,3% em 2018 e 66,9% em 2017), tendo os “hotéis e similares” reforçado a sua expressão em 4,9 pontos percentuais e concentrado 27,0% do total, devido ao aumento de 37,8% face a 2018.
No total do ano de 2019, cada viagem teve uma duração média de 5,45 noites (5,63 noites em 2018 e 5,71 em 2017).
Considerando apenas o quarto trimestre de 2019, as viagens de residentes em Portugal cresceram 9,3% (+11,0% no trimestre anterior) para um total de 5,5 milhões, com as viagens em território nacional a concentrarem 88,5% das deslocações totais e a aumentarem 10,2% (+8,2% no terceiro trimestre), enquanto as deslocações internacionais cresceram 3,0% (+36,5% no terceiro trimestre).
No quarto trimestre de 2019, a cada turista residente corresponderam, em média, 4,49 noites nas viagens turísticas realizadas (+0,2%). A duração média mais elevada aconteceu nas viagens realizadas em dezembro (4,91 noites).
Os dados do INE apontam ainda que, nos últimos três meses do ano passado, 22,2% dos residentes realizaram pelo menos uma deslocação turística (+1,0 pontos percentuais), tendo sido no mês de dezembro que se registou a maior proporção de residentes que viajaram (17,9%, +0,7 pontos percentuais).