Pai e madrasta fortemente indiciados. Corpo de Valentina estava “coberto com arbustos”

PJ confirma que morte não terá sido acidental e garante que não tem conhecimento de qualquer sinalização por maus tratos. Menor terá sido morta no dia de quarta-feira e o corpo levado à noite do mesmo dia para a zona de eucaliptal onde hoje foi encontrado.

O corpo da pequena Valentina, a criança de 9 anos que estava desaparecida desde quinta-feira, foi encontrado ao início desta manhã numa zona de eucaliptal apenas “tapado com arbustos”, confirmou hoje o coordenador da Polícia Judiciária de Leiria Francisco Jordão. O pai e a madrasta estão “fortemente indiciados pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver”, uma vez que tudo aponta para que não se tivesse tratado de um acidente. Valentina terá sido asfixiada pelo pai na banheira, ao que o SOL apurou. A menor vivia com a mãe, mas estava em casa do pai desde que o confinamento começou.

“Estamos convictos de que a criança morreu na habitação na quarta feira durante o dia e que o corpo foi levado ao final do dia de quarta feira para aquele local”, referiu, acrescentando que na habitação estavam outras tres crianças: uma com poucos meses, outra com 4 anos e a terceira já com 11 anos – esta última é filho apenas da madrasta de Valentina.

PJ desconhece sinalização da criança

Segundo o responsável da PJ não existem informações de que a criança estivesse já sinalizada pelas autoridades por maus tratos. Recorde-se que foi noticiado que na sequência de uma fuga da menor há uns meses, por “saudades da mãe”, haveria um registo na comissão de proteção de menores.

Sem confirmar em concreto que o pai confessara o local onde o cadáver havia sido deixado, Francisco Jordão revelou, no entanto, que a descoberta da localização “partiu da analise das entrevistas e interrogatórios a diversas pessoas”. E explicou que tudo aconteceu naquele dia devido a problemas familiares.

“Na origem estiveram questões internas do funcionamento da familia, que levaram ao a este desfecho”, disse acrescentando que para a PJ não existe qualquer relação entre este episodio e a fuga de 2019.

Ainda não se sabe se criança estava com o pijama

Sem confirmar se a menor estava com o pijama descrito pelo pai na queixa do seu desaparecimento, a PJ aproveitou a conferência de imprensa para agradecer o trabalho da GNR, da Proteção Civil, dos escuteiros e dos populares em geral que ajudaram nas buscas.

Segundo o Capitão da GNR Diogo Morgado ao longo destes dias estiveram no teatro de operações “mais de 600 elementos ativos na procura incessante” da menor, que percorreram “cerca de 4 mil hectares”. Quando o corpo foi descoberto, a cerca de 6 quilómetros da casa do pai da menor, as buscas ainda estavam num raio de 3,5 quilómetros.