O funeral de Valentina Fonseca, de nove anos, que terá morrido às mãos do pai, Sandro Bernardo, e da madrasta, Márcia, realizou-se esta terça-feira no cemitério do Bombarral. Começou às 17 horas, juntou dezenas de pessoas nas imediações, com balões e flores, que acompanharam o trajeto do carro funerário, mas só os familiares diretos puderam assistir às cerimónias, devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19.
No entanto, foi uma cerimónia emotiva, na qual foi feito também um minuto de silêncio por Valentina. A mãe da menor, em momentos de desespero, chegou a sentir-se mal, foi assistida no local e posteriormente transportada para uma unidade hospitalar.
A Junta de Freguesia de Atouguia da Baleia, por seu turno, decidiu transmitir ontem uma missa em homenagem da menina, na internet, no dia do seu funeral. Na Serra d’El-Rei, em Peniche, onde o corpo da menina foi encontrado, tapado por arbustos, muitos populares também homenagearam Valentina com um memorial coberto de flores.
A mãe de Lara, bebé de dois anos que foi morta pelo pai no início de fevereiro de 2019, no Seixal, não quis deixar passar em branco a morte de Valentina e lamentou o sucedido através das redes sociais. No Facebook, Sandra Cristina comentou a morte de “mais uma menina indefesa a quem o próprio progenitor tirou o direito à vida”.
“Se não existe amor, é preferível a indiferença; se não nutre compaixão, que siga a vida noutra direção. Mas o problema nunca é a criança. Ela é apenas o meio utilizado para atingir a mãe, seja por questões subjacentes a orgulho ferido, questões monetárias, problemas de ego ou falta de caráter oprimido”, escreveu Sandra, criticando o trabalho das autoridades.