A Rádio Amália tomou a feliz iniciativa de promover um programa de debate exclusivamente sobre Lisboa. O Fórum Lisboa discute semanalmente (às segundas-feiras) os problemas que interessam a Lisboa. O programa completou agora um ano e está de parabéns pelo sucesso alcançado. A democracia e a cidadania ganham com o conhecimento e o debate sobre as decisões que influenciam a vida dos lisboetas.
Enquanto noutras cidades e vilas do país é frequente a existência de jornais regionais ou rádios locais, Lisboa, talvez por ser a capital, tem menos recursos da comunicação social dirigidos às questões locais. A existência de um programa de debate sobre o que se passa na cidade, focado nas decisões tomadas pela câmara e assembleia municipais e até pelas freguesias, contribui para o escrutínio da ação política local.
O Fórum Lisboa tem um figurino baseado na discussão de dois temas em cada emissão, escolhidos pelos quatro convidados residentes que são afetos aos principais partidos representados na Assembleia Municipal de Lisboa, bem como pela moderadora do debate. É um programa especial pois trata-se do único debate semanal dedicado a Lisboa na rádio portuguesa.
Foi há pouco mais de um ano que recebi o convite para participar neste debate, e desde logo achei a ideia interessante. É importante debater, esclarecer e escrutinar a política local. Assim se fortalece a democracia e a participação. Poder discutir Lisboa e os seus problemas, expor pontos de vista e confrontá-los e contribuir para que os ouvintes possam estar mais informados, foram incentivos determinantes para aceitar participar neste programa.
Desde há um ano discutimos os temas mais variados, tendo em comum o interesse para os lisboetas. Algumas questões globais, outras mais específicas e muitas de atualidade. Abordámos os temas que em cada momento interessavam a Lisboa: mobilidade, habitação, segurança, espaços verdes, idosos, transportes públicos, higiene urbana, turismo, centros de saúde, alojamento local, ciclovias, toxicodependência, aeroporto, entre muitos outros.
O programa quis também estar junto dos ouvintes e saiu para a rua tendo realizado duas emissões especiais, ‘ao vivo’, uma no festival Santa Casa Alfama e outra na freguesia de Benfica, tendo sido excelentes experiencias de interação com o público.
Destaco também, como significado, o respeito e estima que se gerou entre os participantes com origens partidárias distintas e que se confrontam por vezes até com muita vivacidade mas com respeito e consideração crescente.
Mas o mais gratificante é mesmo a oportunidade de discutir Lisboa, os seus problemas e aspirações, de acordo com o meu ponto de vista, com liberdade e independência, sem abdicar da minha identidade política e partidária e confrontando posições diferentes.
Está de parabéns a Rádio Amália e o seu diretor-geral – Luís Montez, pela aposta na informação e no debate sobre Lisboa, a Antonieta Lopes da Costa – brilhante moderadora, e os meus colegas de debate: Inês Drummond do PS (entretanto substituída por Alexandra Mota Torres), Diogo Moura do CDS e Modesto Navarro do PCP.
É bom debater a cidade. «Porque Lisboa também é o nosso fado».