Revimos o golo do Éder e a histórica conquista de Portugal no Campeonato da Europa de 2016. Revimos os melhores jogos de sempre entre Benfica e Sporting; Sporting-FC Porto, FC Porto-Benfica.
Revimos o golo do Éder.
Revimos os clássicos da Liga inglesa.
Revimos o golo do Éder.
Revimos os melhores lances da Liga italiana.
Revimos o golo do Éder.
Revimos encontros grandes da história da seleção portuguesa. Mas só o golo do Éder permitiu fazer história.
E também por isso nunca é de mais revê-lo – uma e outra vez. Passaram quatro anos desde então, e bem podem passar mais quantos quiserem que o golo, aquele golo, vale sempre a pena ser revisto, mesmo que o mundo não volte a parar.
Embora devagar, devagarinho, agora é altura de reiniciar. Passaram mais de dois longos meses desde que só foi possível utilizar o verbo rever, sobretudo no que ao campo do futebol diz respeito.
Os campeonatos europeus esperam agora o apito inicial, mesmo que nada volte a ser, pelo menos para já, como antes.
Na linha da frente, posiciona-se a Liga alemã, que, mesmo em tempo de crise pandémica, prometeu voltar a meio de maio e não defraudou as expectativas – e assim, ontem voltou à ação com seis jogos à porta fechada. Por outro lado, e sem volta a dar, encontra-se o campeonato francês, dado por terminado há vários dias, deixando tudo como estava até o momento de paragem. Resultado: PSG tricampeão, Marselha de André Villas-Boas em segundo.
Por cá, também já há certezas de quando a bola voltará a rolar, mas, pelo meio, não faltaram opiniões caso a prova não fosse retomada. Depois de o Governo ter dado luz verde para o regresso do futebol profissional (I Liga e Taça de Portugal) nos dias 30 e 31 de maio, a Liga de Clubes confirmou entretanto que a 25.ª jornada está prevista para 4 de junho.
Nova realidade
Jogadores testados, estádios vistoriados e bancadas vazias: o parecer da Direção-Geral da Saúde (DGS) é claro quanto às novas regras a cumprir de modo a que o regresso da Liga portuguesa seja feito em segurança em tempo de covid-19. No código de conduta da DGS, divulgado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), e além dos testes sistemáticos para o novo coronavírus (48 horas antes de cada jogo), destaca-se o recolhimento obrigatório dos futebolistas, isto é, os atletas apenas devem fazer deslocações casa-treino; treino-casa; casa-jogo; jogo-casa.
Após conhecida a proposta, o verniz não demorou a estalar, com vários jogadores, com destaque para três do FC Porto (Danilo, Zé Luís e Tiquinho) a mostrarem-se desagradados face ao plano, uma vez que consideraram que estava a ser pedido aos futebolistas, organizações e clubes que assumissem as responsabilidades inerentes neste retorno aos relvados.
Pela mesma altura, Pinto da Costa incendiava as redes sociais, considerando que, caso não se conseguisse concluir a competição, o título devia ser entregue aos azuis-e-brancos, atuais líderes da prova, com mais um ponto do que o Benfica.
Para reforçar a sua posição, o dirigente portista lembrou que este tem sido o método utilizado nas restantes provas e usou até como exemplo a decisão da Liga e da FPF, que promoveu ao primeiro escalão do futebol nacional os dois primeiros classificados da Liga 2 (Nacional e Farense).
O problema ficou aparentemente resolvido ao longo desta semana, após reunião entre futebolistas e Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF). Depois da insatisfação demonstrada face ao modelo da DGS, o organismo presidido por Joaquim Evangelista emitiu um comunicado em que confirmou que os jogadores dos clubes da Liga vão assumir coletivamente o código de conduta.
Num momento em que faltam 10 jornadas para o final da I Liga, por confirmar estão ainda outros aspetos, com destaque para a região que poderá vir a receber os restantes jogos, depois de a DGS ter aconselhado vivamente que o campeonato deveria ser retomado com menos estádios que o normal. Ainda não há, porém, uma decisão final anunciada e, por agora, é apenas garantida uma avaliação exaustiva aos 18 estádios da Liga para perceber quais cumprem as medidas de segurança exigidas nesta nova fase.
Querido mês de junho
Além da Liga portuguesa, o mês de junho promete o regresso dos restantes campeonatos.
Ora, o presidente da La Liga, Javier Tebas, disse esperar que o futebol espanhol regresse a 12 de Junho, com um dérbi no Estádio Ramón Sánchez-Pizjuán, entre o Bétis e o Sevilha. O dirigente admitiu, todavia, que é preciso prudência e lembrou que a decisão «não depende apenas do futebol, mas também da sociedade».
Na mesma linha segue o futebol italiano, que também já deu luz verde para o regresso da Serie A no dia imediatamente a seguir, em 13 de junho.
Em ambos os casos, e tal como por aqui, os treinos individuais no relvado têm sido a fórmula aplicada para que os jogadores possam voltar a ganhar ritmo antes do regresso à competição.
No país vizinho, e após 27 jornadas, o Barcelona ocupa o topo da classificação; enquanto por Itália é a Juventus quem vai na frente (26 rondas decorridas). Em Turim, espera-se, contudo, um outro regresso, o de Cristiano Ronaldo aos treinos. Depois de ter estado isolado no último mês e meio na Madeira, o internacional português está a cumprir os últimos dias da nova quarentena obrigatória em solo italiano. No início da semana, o capitão da seleção portuguesa vai ser testado para o novo coronavírus e caso o resultado seja negativo vai finalmente integrar os trabalhos no relvado.
Por estes dias, só a Liga inglesa permanece uma incógnita. Os treinos ainda não são uma realidade em Inglaterra (nem mesmo os individuais) e apenas esta quinta-feira o governo britânico admitiu a hipótese de um regresso da prova em junho.
Apesar da abertura e das boas intenções demonstradas, na segunda-feira, os clubes ainda vão a votos para dar luz verde, ou não, ao plano de retoma da Premier League.
Com 29 jornadas cumpridas, o Liverpool lidera de forma isolada a tabela e segue a passos largos para reconquistar um troféu que Anfield não vê há três décadas (desde 1990).
A Liga inglesa, tal como os outros campeonatos europeus, foi, recorde-se, congelada em março, devido ao vírus.
Independentemente da incerteza que ainda pode pairar, a verdade é que a contagem decrescente para as ligas de cada país já começou a ser feita. Aliás, como já foi referido, os adeptos deste desporto que faz vibrar milhões em todo o mundo vão poder hoje mesmo colocar um ponto final a um jejum de 66 dias.
Agosto, mês das festas europeias
Depois de encerrados os títulos nacionais, o palco será exclusivamente das provas europeias. A UEFA anunciará a decisão definitiva a 27 de maio, após reunião do seu Comité Executivo. Um eventual regresso está dependente da evolução da situação sanitária no continente europeu, mas, nos corredores, já se fala da possibilidade de os encontros da segunda mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões ainda por disputar começarem a ser jogados a 7 de agosto.
Venha de lá esse verão…