O Centro Hospitalar e Universitário do Algarve (CHUA) anunciou, esta terça-feira, ter recolhido 1.500 máscaras que tinham sido doadas e consequentemente distribuídas por profissionais de saúde, que não garantiam proteção contra a covid-19.
Esta situação foi inicialmente reportada nas redes sociais por parte de um médico do CHUA que se apercebeu que as máscaras, provenientes da China, indicavam na embalagem que o seu fim era proteger quem trabalha no controlo de pragas, limpeza, cozinha, entre outros, mas não eram indicadas para um profissional de saúde.
Em declarações à Lusa, a presidente da CHUA, Ana Paula Gonçalves, reconheceu a situação e afirmou que 1.500 máscaras foram recolhidas por não terem "as características adequadas ao exercício da atividade hospitalar" e lamentou ainda a atitude do profissional de saúde, em ter exposto a situação nas redes sociais. "Lamento que o profissional não nos tenha comunicado a nós e tenha decidido comunicar às redes sociais", disse, sublinhando que caso este tivesse reportado a situação "diretamente" as máscaras seriam "retiradas mais cedo".
Ana Paula Gonçalves preferiu não contar quem foi a entidade ou pessoa individual responsável pelo donativo e afirma que a bondade da doação não foi posta em causa. A presidente da CHUA sublinha ainda que nunca houve a intenção de enganar os médicos, enfermeiros e outros profissionais que estão na linha da frente nos hospitais e centros de saúde. Caso esse fosse o caso, as máscaras tinham sido colocadas noutra embalagem.
"Nós recebemos aqui, quer por donativos ou por aquisição, centenas de milhares de máscaras. Em 300 ou 400 mil podem misturar-se essas, sem que os responsáveis pela distribuição se tenham apercebido", justificou. As máscaras vão agora serdistribuídas pelos profissionais que fazem a limpeza de casas de banho ou lavagem de jardins, indica Ana Paula Gonçalves.