O Bangladesh e o leste da Índia estão prestes a ser atingidos pelo Amphan, o primeiro superciclone desde há mais de duas décadas, formado na Baía de Bengala. Atingiu a costa esta quarta-feira, mas o grosso da devastação deverá acontecer na quinta-feira, quando atravessar a cidade de Kolkata, no estado de Bengala Ocidental.
O ciclone fez vítimas ainda antes de chegar: um voluntário do Crescente Vermelho do Bangladesh faleceu quando ajudava a resgatar aldeões e o seu barco virou. “Há pânico. As mulheres estão preocupadas… Há uns meses o ciclone Bulbul esmagou a nossa aldeia, destruíndo pelo menos cem casas. Esperamos que Alá nos salve desta vez”, afirmou à BBC um agricultor do Bangladesh, que tem pelo menos 50 pessoas abrigadas na sua casa, uma das poucas construída com betão.
Se manter o isolamento social já não é fácil, quando se está a evacuar milhões de pessoas ainda mais. Em ambos os países escolas e outros edifícios foram requisitados como abrigos – mas é preciso mais espaço do que o costume. O ciclone Odisha, em 1999, deixou um brutal rasto de destruição, com quase 10 mil mortos registados: face ao Amphan, há receios que os estragos sejam ampliados pelas infeções por covid-19 contraídas nos abrigos.