Esta quarta-feira, durante o balanço das autoridades de saúde portuguesas sobre o novo coronavírus, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, e o secretário de Estado da Saúde, António Sales, abordaram vários assuntos que preocupam a população como a reabertura dos estabelecimentos de educação pré-escolar, na próxima segunda-feira, o aumento de casos na região de Lisboa e Vale do Tejo, e o aparecimento de focos de covid-19 em vários bairros sociais.
Sobre a abertura dos estabelecimentos de ensino no próximo dia 1, a diretora-geral da Saúde explicou que os profissionais que trabalham nestes locais não foram submetidos a testes de despiste à covid-19 como aconteceu aos funcionários das creches visto, "a política de testes de forma preventiva tem sido realizada em função daquilo que se considera que é o risco ou da própria população que é rastreada ou da população com quem se vai lidar do ponto de vista profissional". Por este motivo, as creches foram privilegiadas," porque são meninos muito pequeninos que não podem cumprir, pela sua idade, regras nenhumas, e têm direito a brincar”.
Relativamente à reabertura de campos de férias e dos ATL, a diretora-geral da Saúde referiu que "ainda hoje sairá um conjunto de recomendações", elaborado em conjunto pelo Instituto Português do Desporto e Juventude e pela DGS, para combater a propagação do novo coronavírus nestes estabelecimentos. Este prevê algumas das recomendações que foram feitas às escolas e outras às creches.
Questionada sobre o aumento do número de casos na região de Lisboa, Graça Freitas assumes que "há pequenos surtos em bairros, surtos em fábricas, casos esporádicos disseminados entre a população" e sublinha que esta situação já ocorreu noutras regiões do país. "A política é de procurar ativamente casos positivos. E fazer testes aos contactos próximos", acrescentou a diretora-geral da Saúde. Em relação ao R – taxa de contágio – este tem-se mantido "estável e com tendência para diminuir",de acordo com Graça Freitas.
Devido ao aumento do número de casos em bairros sociais, os jornalistas presentes na conferência desta quarta-feira questionaram o secretário de Estado sobre a necessidade da realizar testes em massa junto desta comunidade, algo que vai contra a opinião de António Sales. "Viver num bairro social não é razão para fazer testes, este é um vírus democrata. Testagem em bairros sociais só se justifica no âmbito de uma investigação epidemiológica", afirma o secretário de Estado.
Foi ainda levantada a questão sobre se o ideal será avançar para a terceira fase de desconfinamento na região de Lisboa e Vale do Tejo, devido ao aumento do número de casos. António Sales diz não querer "antecipar decisões" tendo em conta a "imprevisibilidade" do vírus e recorda os portugueses que quinta-feira irá ocorrer uma reunião onde a terceira fase de levantamento de restrições será debatida.