Os astronautas da NASA já se encontram em órbita e, este domingo, atracaram na Estação Espacial Internacional. É a primeira vez que se viaja numa nave espacial construída e operada por uma empresa privada: a Space X, do multimilionário Elon Musk.
O lançamento do foguetão ocorreu no sábado, às 19h22 de Lisboa, levando 19 horas a chegar à Estação Espacial Internacional, a partir do Centro Espacial J. F. Kennedy, na Florida. “Passaram-se nove anos desde que lançámos astronautas norte-americanos, em foguetões americanos, a partir de território americano. E agora está feito. Conseguimos, depois de muito tempo”, disse o administrador da NASA, Jim Bridenstein.
Não foi sem precauções que este feito foi conseguido. O voo estava previsto para quarta-feira, mas as equipas da NASA e da SpaceX foram obrigadas a adiá-lo à última hora devido ao mau tempo. A Crew Dragon – o nome da nave – chegou 15 minutos mais cedo do que o previsto. Os astronautas, Robert Behnken e Douglas Hurley, tomaram momentaneamente o controlo manual para ajustar a posição de atracagem na estação, deixando o computador realizar as partes finais desta. A Estação Espacial encontra-se a cerca de 402 mil metros de altitude.
O sucesso da primeira parceria público-privada, que pode levar ao turismo espacial nos próximos anos, só será completado quando os astronautas voltarem à Terra. “Queremos estabelecer um ambiente comercial na órbita” da Terra em altitudes baixas, disse Bob Cabana, diretor do Centro Espacial J. F. Kennedy, propriedade da NASA. “[Queremos] estabelecer uma presença no sistema solar além do planeta Terra. Estabelecer uma presença sustentada na Lua. Ir a Marte. Estabelecer uma presença lá”.
Voar manualmente foi um dos objetivos mais importantes desta viagem enquanto a nave espacial ainda se encontrava longe da estação, pois nunca tinha sido testada com passageiros – essencialmente, como se fosse um test drive, para se perceber como o veículo se comporta quando é conduzido manualmente.
A NASA tem estado sob pressão para reduzir os custos orçamentais, incluindo no que toca ao preço de transporte. Para contorná-la, concebeu há 15 anos o Programa Comercial de Passageiros, para incentivar o capital privado a entrar no setor, de forma a baixar os custos e a desenvolver o transporte viável de passageiros para o espaço.