O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) enviou um comunicado às redações onde critica a opção da TAP em contratar, para aéreas sensíveis da empresa, “estrangeiros (…) sem autorização de residência em Portugal” e um “consultor (…) de quem nada se sabe”.
Em comunicado, o SITAVA acusa a administração da TAP de permitir que estes novos responsáveis pratiquem “autênticas diabruras” contra áreas sensíveis da companhia aérea, dando como exemplo o setor Revenue & Network, “por onde terá que passar muita, senão toda a retoma de voos”. O SITAVA diz que os “novos responsáveis” iniciaram neste setor “uma frenética operação de substitui, nomeia, ‘desnomeia’; mexe e remexe; avança e volta atrás”, com “total falta de respeito pelos trabalhadores, pelos seus direitos, pelos seus horários de trabalho, pelas suas famílias”, não respeitando “tudo o que é legislação de trabalho”.
Na nota, o sindicato considera “insólito” o facto dos novos responsáveis, estarem em Portugal “com vistos provisórios”, o que os levou a regressar “aos seus países porque os vistos de permanência expiraram”, mas apenas, alega o sindicato, depois de “terem instalado o caos neste setor vital para a empresa”. “Então temos estrangeiros a trabalhar na TAP sem autorização de residência em Portugal? Como é tudo isto possível?”, questiona o SITAVA.
O sindicato acrescenta ainda que, na semana passada, “desembarcou em Lisboa mais um ‘consultor’ (…) de quem nada se sabe quanto a salários e prémios”. “Mas a TAP é uma companhia aérea de um país europeu ou é uma chafarica de uma qualquer república de bananas?”, questiona.
SITAVA apela a controlo do Estado. No comunicado enviado às redações, o SITAVA recorda os episódios da última semana, classificando como “politiquice” o coro de vozes críticas que se elevou contra o plano para a retoma de voos para junho e julho, anunciado pela comissão executiva da TAP, e que acrescentava apenas três voos com ligação ao Porto (Paris, Luxemburgo, Madeira) – também criticado por Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa e Rui Rio e que, entretanto, os representantes do Estado no conselho da administração "forçaram" a alterar.
O SITAVA volta a apelar ao Governo que intervenha na TAP, para que passe a controlar os destinos da companhia aérea. “Sempre o dissemos, e reafirmamos, que o Grupo TAP por todas as características que tem como exportador, dinamizador do turismo, gerador de emprego e de receita para o estado, e sobretudo por ser também um instrumento da soberania nacional tem que ter controlo público na sua gestão. Já tarda a tal voz de comando do acionista maioritário que irá colocar de novo o Grupo TAP ao serviço do país e da economia nacional, não podemos esperar mais”, conclui a nota.