O presidente do PSD, Rui Rio, deixou ontem claro que precisa ver a proposta de Orçamento Suplementar (a entregar até dia 12 no Parlamento) para decidir o seu sentido de voto. Em entrevista à TSF, o líder social-democrata admitiu ter alguma «elasticidade» e ter vontade «de deixar passar» o documento. Contudo, avisou: «Não sei se vou votar a favor. Depende. Até posso votar contra». Ou seja, o PSD não assinará de cruz a proposta do Executivo.
Mais: o presidente ‘laranja’ acredita que já se vive em austeridade e que o seu registo de colaboração com o Governo durará enquanto for do interesse nacional. Depois, regressará o registo de oposição. Rio admitiu ainda que o seu partido «não está aqui para provocar crises, mas para ajudar». Ou seja, o PSD só provocará uma crise se for (também) do interesse nacional.
Quanto às presidenciais, Rio reconheceu que «há muitos militantes do PSD que gostariam que houvesse uma maior demarcação» de Marcelo em relação ao Governo. Porém, o « mais provável» será o PSD apoiar o Chefe de Estado numa recandidatura. O presidente do PSD afastou, contudo, o cenário de liberdade de voto do partido na corrida a Belém. Ou seja, demarcou-se da proposta do presidente do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque. Que está a ponderar uma candidatura.
Sobre o eventual apoio do primeiro-ministro a uma recandidatura de Marcelo, Rui Rio até admite que é «honroso para o PSD», dado que o Chefe de Estado é quase um fundador do partido.
Quanto às autárquicas, ficou claro que Rio aceitará arguidos nas listas, escolherá os candidatos de Lisboa e Porto e não haverá coligações com o Chega.
Esta semana, o PSD apresentou um plano de recuperação económica do país. Uma das propostas mais emblemáticas é a da captação de investimento estrangeiro, no prazo de três anos para «trazer 4 a 5 grandes projetos industriais tipo ‘AutoEuropa’, de multinacionais de renome, idealmente nos seguintes setores: farmacêutico, robótica, software, floresta e energias renováveis». Além disso, o PSD quer o alargamento da aplicação da taxa de reduzida de IRC de 17 % até ao final da legislatura (2020 a 2023) destinado às pequenas e médias empresas, «abrangendo os lucros até 100 mil euros (em vez de 25 mil euros)» .