A Apritel, Associação dos Operadores de Comunicações Eletrónicas, defendeu esta segunda-feira que as análises aos preços das comunicações eletrónicas feitas pela Anacom “não têm em consideração a especificidade do mercado português”.
Em causa está o mais recente relatório da Anacom que indica que “entre o final de 2019 e abril de 2020, os preços das telecomunicações em Portugal aumentaram 7,7%, enquanto na UE diminuíram 10,4%”.
“Comparar o que não é comparável desvia a Anacom daquela que deve ser a sua missão: contribuir para o desenvolvimento das comunicações em Portugal”, acusa a Apritel.
No entender da Apritel, os dados da Anacom não “apresentam uma imagem correta do investimento e inovação levados a cabo por um sector que tem sido essencial no desenvolvimento do país".
Em comunicado, a entidade liderada por Pedro Mota Soares “considera que é da responsabilidade da Anacom informar sobre o desempenho de excelência do do setor no seu todo, da qual se deve também orgulhar, em vez de sistematicamente se focar apenas na vertente dos preços”.
“Num contexto de diminuição contínua das receitas do setor e o aumento do número de serviços vendidos, a ideia de que se assistiu a um aumento de preços ao longo destes anos é paradoxal. Se as quantidades vendidas aumentaram e os preços também, as receitas deveria ter aumentado e não diminuído, como ocorreu na realidade”, lê-se na nota enviada às redações.
A Apritel lembra ainda que, durante a pandemia, “as redes demonstraram a sua capacidade e resiliência, mesmo com aumento exponencial do tráfego de voz e dados”.