Centeno fala na sua relação com Costa: “Foi saudavelmente tensa”

Mário Centeno revelou também que a decisão de sair “foi construida juntamente com o primeiro-ministro, num contexto de grande responsabilidade”.

O ainda ministro das Finanças admitiu que a sua relação com António Costa foi  "saudavelmente tensa”. Em entrevista à RTP, Mário Centeno revelou também que a decisão de sair “foi construida juntamente com o primeiro-ministro, num contexto de grande responsabilidade”. 

E foi mais longe ao garantir que “não houve nenhuma deterioração, nem seria sério. Ficaria desgosto de exercer o lugar de ministro das Finanças sem ter uma relação clara e transparente com o primeiro-ministro”.

Quanto ao seu motivo de saída revelou que "é apenas o fim um ciclo", lembrando que esteve no Governo mais de 1664 dias e 912 dias à frente no Eurogrupo.

Em relação ao seu futuro disse que "não tem quaisquer ambições polítcas". E quando questionado sobre possíveis incompatibilidades em assumir funções como Governador do Banco de Portugal, revelou que só em Portugal é que poderão existir essas restrições e salientou que "ser governante não é um cadastro", disse na mesma entrevista. 

Centeno lembrou que é funcionário do Banco de Portugal e, como tal, irá regressar ao banco central. "Essa decisão [de ser governador] compete ao próximo ministro das Finanças e ao primeiro-ministro”.

Recorde-se que Mário Centeno anunciou na passada terça-feira que iria abandonar o Governo. Com ele saem  também os secretários de Estado do ministério: Mourinho Félix e Álvaro Novo.

Para o lugar de Centeno irá João Leão, atual secretário de Estado do Orçamento. A tomada de posse está marcada para esta segunda-feira, às 10h00 no Palácio de Belém.

Já esta quinta-feira, o ministro Mário Centeno comentou que "todas as coisas boas têm um fim", no final de uma reunião de ministros das Finanças da zona euro na qual comunicou aos seus homólogos que não será candidato a um segundo mandato.