Marcelo Rebelo de Sousa deu, esta segunda-feira, uma aula, em direto na telescola, na RTP Memória, sobre a pandemia da covid-19.
O Presidente da República recordou os seus tempos de professor, voltou à sua infância e deixou uma mensagem de esperança a todos os alunos que o viam e ouviam.
"Boa tarde, chamo-me Marcelo Rebelo de Sousa, sou professor, de alunos mais velhos que vocês, dei milhares de aulas ao longo da minha vida, mas hoje venho matar saudades e homenagear e agradecer a esta equipa como professor e presidente da República", disse o chefe de Estado no início da aula, em que agradeceu ainda ao Ministério da Educação, à RTP, à Gulbenkian e "a todos os que permitiram este projeto, sensacional, e um grande serviço ao país".
Marcelo disse que com esta aula pretendia “abraçar os professores, que tanto trabalharam para porem de pé estas aulas, os pais, os avós, que nunca estudaram tanto na vida, pelo menos nos últimos tempos” e todos os alunos, “que tiveram semanas e meses completamente diferentes”.
"Estamos a viver a pandemia, vamos viver a pandemia durante um tempo", notou Marcelo, explicando de seguida o que é uma pandemia.
O chefe de Estado salientou ainda que a pandemia “ataca todos” e que afeta “sobretudo os mais pobres".
Neste tempo, o Presidente destaca que aprendeu “a dar mais valor às pequenas coisas", sobretudo durante o confinamento.
"Fiz quilómetros no palácio de Belém, fiquei a conhecer o palácio de uma ponta à outra", disse.
"Não se esqueçam que tiveram a aula mais importante da vossa vida: viver o que viveram, que é de repente haver uma pandemia que pára o Mundo", destacou. "É uma experiência única e a vossa vida vai ser marcada por ela", acrescentou.
Marcelo assumiu-se um “beijoqueiro” e admitiu que esta falta de contacto é o que mais lhe custa. O Presidente disse que essa forma de ser e de estar na vida se deve à mãe, que era órfã. “Desde cedo que criámos essa forma de estar em família, de dar carinho uns aos outros", explicou, contando por fim um episódio que viveu com o filho, que vive em São Paulo e o veio visitar a Portugal.
"No momento de se despedir, o meu filho não resistiu e abraçou-me e beijou-me", contou, sublinhando que o episódio aconteceu depois de o filho passar mais de 15 dias no país.