Os 22 migrantes provenientes do norte de África que acabaram intercetados ao largo de Vale do Lobo, em Quarteira, foram ouvidos esta terça-feira no Tribunal Judicial de Loulé e o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), António Miguel Pina, já admite a existência de uma estrutura de auxílio à imigração ilegal para o Algarve.
“Esta nova chegada só reforça aquilo que era a nossa preocupação, que já tinha sido manifestada junto do ministro da Administração Interna, porque aqueles que chegaram há uma semana eram da mesma localidade que os outros do ano passado”, disse à Lusa, solicitando que seja dada uma resposta rápida e adequada a estes casos de “imigração ilegal”.
Além disso, defende que o que deve ser feito é “o retorno dos mesmos aos seu país de origem”, em vez de se atribuírem estatutos de refugiados que fazem com que possam ficar em Portugal. “Estes migrantes devem ser considerados ilegais. Não se trata de jovens exilados ou refugiados políticos e nem faz sentido considerar isso”, referiu, comparando este caso com o dos sete migrantes que também foram intercetados num barco, em Olhão, na semana passada.
“Enquanto isso não for feito, vai-se dando o sinal de que, afinal, é possível, porque nada acontece. Estes 22, na nossa opinião, até já começam a configurar alguma possibilidade de haver ajudas extra. Essa embarcação tão pequenina, com 22 pessoas, é do mesmo tamanho daquela em que vieram da outra vez sete pessoas, e isso levanta-nos a preocupação de que possa já ter sido criada aqui uma rota mais fixa de ajuda à imigração ilegal”, atirou António Miguel Pina, apelando a que a mensagem dada a estes cidadãos seja clara.
Em seis meses, recorde-se, cerca de 50 migrantes ilegais foram intercetados no Algarve.