O Governo apresentou esta segunda-feira o plano de combate aos incêndios, com o ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, a referir que foram contratados mais de uma centena de agentes florestais e que o objetivo passa também por criar "planos de paisagem" como forma de prevenção, reduzindo a área anualmente ardida em incêndios rurais.
Além disso, existe um investimento estimado de 500 milhões de euros por ano "para que o país venha a conseguir reduzir para metade a área anualmente ardida em fogos rurais e diminuir os danos provocados por eventos graves", segundo foi revelado em comunicado.
"Estes investimentos estimulam a economia rural, tanto a nível da fileira florestal, agricultura e pecuária como a nível do turismo rural e postos de trabalho indiretos em indústrias como a logística e transportes ou a restauração e alojamento. Estima-se, por isso, que estes investimentos resultem na criação de cerca de 60.000 postos de trabalho até 2030 (diretos e indiretos) nas áreas rurais", pode ainda ler-se na nota divulgada.
Este plano de combate aos incêndios pretende também "valorizar o território, cuidar dos espaços rurais, modificar comportamentos e gerir eficientemente o risco".
"Foram contratados novos 125 agentes florestais", começou por dizer o ministro, na Ajuda. "Para sermos capazes de alcançar aquelas metas para reduzir em dez anos para metade a área ardida em Portugal, estamos mesmo convencidos e empenhados na necessidade de intervir em 1,2 milhões de hectares. Dos 6 milhões de hectares, temos de ser capazes de intervir em 1/5 dessa área para podermos ter então uma paisagem reformulada e resiliente ao fogo", sublinhou, referindo as zonas onde os incêndios fizeram mais estragos.
"É isso que estamos a fazer com os 20 planos de paisagem que vamos lançar ao longo desta década. Um já está concluído, outro está em concurso para alguns dos concelhos mais massacrados com os incêndios: Sertã, Mação, Vila de Rei, Proença e Oleiros", confessou João Pedro Matos Fernandes.
"Por fim, o reconhecimento de que uma árvore é muito mais do que um tronco e uma floresta é muito mais do que o somatório de árvores", admitiu, salientando a importância de uma paisagem "resiliente" às chamas.