Os centros comerciais da Área Metropolitana de Lisboa dizem não compreender a limitação de horários devido às novas regras de prevenção e mitigação da pandemia de covid-19 em Lisboa que prevêem que “todos os estabelecimentos de comércio a retalho e de prestação de serviços, bem como todos os que se encontram em conjuntos comerciais, encerram às 20h00”.
A Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC), defende que estes espaços “cumprem todas as regras de segurança sanitária decorrentes da lei, as recomendações da Direcção-Geral da Saúde e as melhores práticas promovidas pela indústria a nível global, mantendo-se como espaços seguros, e um aliado no combate eficaz à propagação do novo coronavírus”, motivo pelo qual não compreende a decisão do Governo.
“Compreendemos a preocupação do Governo e das autoridades de saúde em minimizar os riscos de ajuntamentos à margem das regras em vigor, mas reiteramos que os centros comerciais, pelas características da sua operação, e por cumprirem regras de limitação de entradas, não têm nem nunca tiveram ajuntamentos”, começa por dizer, em comunicado, António Sampaio de Mattos, presidente da APCC.
E por isso defende que, “limitar o horário de funcionamento dos centros comerciais na Área Metropolitana de Lisboa pode potenciar uma maior concentração de pessoas, e isso é precisamente o contrário do que queremos que aconteça. Adicionalmente, continuamos a criar factores de incerteza com impactos negativos na operação dos Centros, dos seus lojistas e na confiança dos visitantes”, acrescenta.
A APCC diz ainda estar em contacto regular com o Governo e com as autoridades de saúde, numa lógica de parceria e cooperação, defendendo que esta situação permitiu que, desde a primeira hora, e em todas as fases da reabertura da economia, os centros comerciais se tenham afirmado como espaços seguros.
“Os centros comerciais associados da APCC investiram milhões de euros para adaptar os seus espaços e formar as suas equipas de modo a continuar a garantir a visitantes, lojistas e colaboradores das lojas todas as condições de segurança sanitária, cumprindo não apenas as regras estabelecidas pelo executivo e as recomendações da Direcção-Geral da Saúde, mas também as melhores práticas desta indústria a nível global. Estes espaços minimizam o risco de contágio, não o agravam, permitindo à população aceder a um conjunto significativo de bens e serviços num ambiente com acesso limitado e controlado, e onde as boas práticas dos visitantes são monitorizadas e geridas por equipas profissionais de modo a minimizar os riscos”, argumenta o responsável.
A APCC acrescenta ainda que das 8600 lojas que integram os centros comerciais associados à associação, 8483 estão em funcionamento, ou seja, 99% destes espaços estão de portas abertas. O número representa 93 conjuntos comerciais e mais de 90% da área bruta locável total existente em Portugal.