O secretário de Estado Adjunto e da Economia, João Neves, afirmou ontem no Parlamento que a Efacec “é uma empresa estratégica” para o país e o Governo adotará “todas as medidas necessárias” para a proteger”.
O governante falava no âmbito da audição na comissão de Orçamento e Finanças, onde se debateu o Orçamento do Estado Suplementar para 2020, e respondia ao deputado do Bloco de Esquerda, Jorge Costa, que questionou se este documento continha alguma provisão para salvar a empresa de engenharia.
João Neves recordou que “a empresa é exclusivamente privada” e que “não há nenhuma intervenção pública no capital desta empresa no momento presente”. Embora sem falar em nacionalização – possibilidade que já foi proposta pelo PCP e é também defendida pelos trabalhadores –, o secretário de Estado Adjunto e da Economia admitiu o incómodo com a atual estrutura societária da Efacec, detida em 70% por empresas do universo da polémica empresária angolana Isabel dos Santos.
“É óbvio que temos claro e presente que, em função das questões associadas a mais de 70% do capital da Efacec nós temos uma preocupação adicional com esta empresa”, afirmou João Neves.
Na véspera, o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras e Energia (Site-Norte) voltou a exigir a nacionalização da Efacec, de forma a colocar a empresa “ao serviço do país”, e garantir a manutenção dos postos de trabalho.
“Todo o país concorda que a Efacec é uma empresa estratégica, altamente tecnológica e essencial para Portugal. Exigimos que o Governo proceda ao controlo público do grupo Efacec e à sua integração no setor empresarial do Estado”, afirmou o sindicato através de um comunicado.