Guerra de média prejudica valor das ações da Cofina na bolsa

A morte do ator Pedro Lima tem merecido destaque nas páginas do Correio da Manhã com a TVI na mira das críticas.

A “guerra” que opõe Cofina e Media Capital depois da desistência da compra da TVI por Paulo Fernandes continua a dar que falar e a produzir efeitos negativos nos dois grupos de media.

O braço-de-ferro entre Cofina e Media Capital conheceu agora um novo capítulo com a morte do ator Pedro Lima e a consequ~encia foi uma quebra de valor das ações da Cofina na Bolsa de Valores de Lisboa no dia de ontem. 

Nas páginas do Correio da Manhã têm merecido destaque os alegados maus-tratos de que o ator seria alvo por parte da TVI, nomeadamente a redução do ordenado para metade ou mesmo uma eventual rescisão do contrato. E nem os editoriais têm sido brandos. Por exemplo, as críticas do jornalista Paulo Dentinho também mereceram primeira página. “Estavam desejosos de te descartar”, escreveu o ex-diretor da RTP nas redes sociais, declarações amplificadas pelo Correio da Manhã. A TVI já reagiu em comunicado, negando quaisquer problemas com Pedro Lima e criticando o que considera ser “comportamentos demagógicos” e uma situação “inaceitável”.

Os dois grupos de comunicação já tinham entrado em “guerra” na sequência da compra falhada da dona da TVI pela Cofina, depois de a proprietária do Correio da Manhã ter deixado cair a aquisição dos 95% da Media Capital pertencentes aos espanhóis da Prisa –  justificando a decisão com o falhanço, por três milhões, do aumento de capital em 85 milhões (valor que serviria para financiar a operação). O seu parceiro Mário Ferreira acabou por avançar e comprar 30% da dona da TVI por 10,5 milhões de euros. A partir daí, o grupo detido por Paulo Fernandes multiplicou-se em ataques contra o empresário. No mesmo dia em que foi anunciada a compra por parte do dono da Douro Azul, a revista Sábado revelou que o empresário está a ser investigado pela PJ e pelo Fisco. Segundo a mesma publicação, o Mário Ferreira, não sendo ainda arguido, é alvo em dois processos judiciais relacionados com os Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Mais tarde, revelou que o fisco tinha aberto um processo com vista a avaliar as alienações de património dos estaleiros e a utilização de uma empresa de Mário Ferreira na ilha de Malta.