André Ventura mantém, para já, a decisão de promover uma manifestação em Lisboa no próximo sábado. O líder do Chega vai pedir uma reunião com o ministério da Administração Interna para avaliar as condições em que o evento se poderá realizar e “tomar uma decisão”. O evento tem sido criticado, nas redes sociais, por alguns apoiantes, mas Ventura garante ao i que a maioria dos militantes está com ele.
O Governo decidiu impor novas restrições para a região de Lisboa por causa da pandemia. André Ventura quer conhecer as novas regras e não descarta adiar a manifestação num “cenário em que esteja em causa a perturbação da saúde pública”.
O líder do Chega garantiu ontem, à saída do encontro com o Presidente da República, que respeitará “as indicações da Direção-Geral da Saúde (DGS)”. Ventura realçou que a manifestação servirá para provar que “acabou o tempo em que a esquerda dominava a rua, em Portugal, e nós vamos mostrar isso já no próximo sábado”.
André Ventura tem apelado aos militantes e simpatizantes do Chega para participarem. “Desde que fui eleito presidente do Chega, nunca vos pedi nada senão a entrega total a Portugal. Agora peço-vos que não me deixem caminhar sozinho no dia 27 de Junho”, escreveu, nas redes sociais, o líder do Chega.
A publicação conta com vários comentários contra a manifestação por causa da pandemia. Alguns apoiantes pedem a André Ventura para ser coerente e lembram que o Chega criticou a manifestação contra o racismo por não cumprir as regras das autoridades de saúde. “O que se passou foi uma vergonha nacional”, disse, na altura, o deputado único do Chega.
Ventura admite que possa “haver alguns militantes mais hesitantes, porque a direita tem receio de sair à rua”, mas garante que “a maioria compreende os objetivos”, desta iniciativa. “Há sensibilidades diferentes. No sábado é que se verá”, acrescenta.
“calma e pacífica” O líder do Chega escreveu uma carta ao presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, a garantir que a manifestação será “calma e pacífica” e vai cumprir todas “as regras do distanciamento social e outras que o bom senso dite, de forma a assegurar a segurança máxima de todos os participantes”. Ventura escreve que o evento pretende combater “a ideia de que Portugal é um país racista e de que existe na sociedade um problema de racismo estrutural”. A manifestação começa pelas 14 horas, no Marquês de Pombal.