A Agência Europeia do Medicamento recomenda a autorização de utilização do remdesivir para doentes com covid-19, em estado grave. Mas a palavra final sobre o uso ou não do antiviral é da Comissão Europeia.
O medicamento em causa, inicialmente indicado para tratar o ébola, destina-se a adultos e adolescentes maiores de 12 anos com pneumonia e que estejam a receber oxigénio.
"Remdesivir é o primeiro medicamento contra a covid-19 a ser recomendado para autorização na UE. Os dados sobre o remdesivir foram avaliados num período de tempo excecionalmente curto através de um procedimento de revisão contínua, uma abordagem utilizada pela EMA durante emergências de saúde pública para avaliar os dados à medida que estes se tornam disponíveis", lê-se no comunicado da agência.
A EMA explica ainda que a sua decisão tem na base os resultados de um estudo publicado no New England Journal of Medicine, que indicava a redução da mortalidade em valores que variavam entre os 12% e os 7%.
"O estudo mostrou que pacientes tratados com remdesivir recuperaram após cerca de 11 dias, em comparação com 15 dias para pacientes a quem foi dado placebo. Este efeito não foi observado em doentes com doença ligeira a moderada", adianta a agência.
Sublinhe-se que nos Estados Unidos, a agência de medicamentos (FDA) autorizou a 1 de maio a utilização em urgência do remdesivir nos hospitais e o Japão também decidiu no mesmo sentido.