Aos 62 anos revelou na Internet que mudou de género e conquistou o carinho dos utilizadores

Este mês, três anos depois da sua decisão, Ana contou online que já foi José e a Internet rendeu-se.

Ana Carolina Apocalypse, de 62 anos, já foi José Francisco e no passado dia 17 de junho, surpreendeu o Twitter ao partilhar o antes e o depois do seu processo de transição. A sua coragem levou a que a publicação conquistasse milhares de ‘likes’ e viu o seu perfil ganhar mais de 36 mil seguidores.

Em entrevista ao E+, Ana revelou que foi em 2017 que percebeu que não se sentia no corpo certo, quando assistia a uma novela, em que uma personagem descobria que era transexual e passava por uma mudança de género.

Mas a história de Ana é também o reflexo de uma sociedade que ainda tem algum preconceito. A brasileira admite que depois da sua decisão acabou por perder algumas pessoas mais próximas.

“Se eu tivesse me assumido antes, eu poderia nem estar viva. Eu fiquei introspetiva, foi necessário para a minha sobrevivência”, contou, revelando que sempre soube que era mulher, mas o preconceito, aliado a falta de informação, acabou por levá-la a viver quase uma vida num corpo em que não se sentia bem.

“Eu nasci uma menina, mas no corpo masculino. Essa é a minha essência, muitos não aceitam (…) Não é uma mudança que eu tive porque fiquei velha. As pessoas às vezes não entendem”, confessou. “Eu converso com muita gente, muitos tristes, porque não conseguem ter a coragem que eu tenho. Eu imagino, por causa da homofobia”,acrescentou.

Ana fez terapia hormonal, mudou de nome e, em 2019, colocou implantes. Mas foi apenas em 2020 que ganhou coragem e publicou uma fotografia que mostrava como era em 2016 e como é agora.

A publicação tornou-se viral e a mulher conta que recebe muitas mensagens de pessoas com histórias semelhantes à sua.

“Quando eu achei que era a hora certa, eu comecei a fazer as postagens (…) Eu me senti muito segura, eu sabia o que viria pela frente”, disse, admitindo que ficou surpreendida com todo o carinho e simpatia que recebeu.

 “Não me vejo como um modelo ou alguém que inspira, não tenho perfil de personalidade. Eu acho que cada um tem o seu jeito especial de ser, hoje o que é bom é a inclusão”, rematou.