Já era um mistério e agora tornou-se num ainda maior. Uma estrela massiva, conhecida como PHL 293B, desapareceu sem deixar rasto.
A estrela, situada na galáxia anã Kinman, estaria num estado final de evolução, e brilhou entre 2001 e 2011, sendo observada e estudada por várias equipas de astrónomos nesse espaço de tempo. Contudo, em 2019, a assinatura da estrela estava completamente ausente. Embora algumas estrelas estejam longe demais para serem observadas individualmente, podem ser detetadas as assinaturas de algumas delas.
"Surpreendentemente, descobrimos que a estrela tinha desaparecido!” explica Andrew Allan, estudante de doutoramento no Trinity College Dublin, na Irlanda, que liderou um estudo sobre esta estrela, publicado agora na revista da especialidade Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
Para tentarem perceber o que aconteceu, os investigadores decidiram analisar os dados arquivados entre 2011 e 2016 e descobriram que, depois de 2011, a estrela desapareceu sem deixar rastro.
Entre os anos de 2001 e 2011, a radiação emitida pela galáxia mostrava fortes evidências da existência de uma estrela “variável azul luminosa” com cerca de 2,5 milhões de vezes mais brilho que o Sol. Mas os dados recolhidos em 2019 não mostravam nenhum dos traços que pudessem ajudar a identificar a estrela. Os dados mais antigos indicam que a estrela poderia estar a passar por um forte período de explosão que, muito provavelmente, terminou em 2011.
“Seria altamente invulgar que uma estrela massiva deste tipo desaparecesse sem produzir uma explosão de supernova muito brilhante”, sublinhou o investigador.
Os investigadores estão agora a tentar perceber o que aconteceu.
Uma das terorias indica que a estrela poderá ter explodido, resultando numa estrela menos luminosa, que acabou por ficar parcialmente escondida numa nuvem de poeira.
Outra teoria defende que a estrela pode ter colapsado num buraco negro. Contudo, sem dar origem a supernova – caracterizada por um brilho extremamente forte. Mas este evento seria muito raro. Uma vez, que, o final da vida das estrelas massivas acaba na maioria sob a forma de supernovas.
“Se for verdade, esta pode ser a primeira deteção direta de uma tal estrela gigante a terminar a sua vida deste modo”, disse Andrew Allan.
Por agora não é possível saber ao certo o que aconteceu. Só observações futuras poderão ajudar a desvendar o mistério.