A apanha de azeitona feita com recurso a máquinas, durante o período noturno, contribui para o aumento da mortalidade das aves e, por isso, passa agora a ser proibida, adiantou esta segunda-feira o ministério do Ambiente e da Ação Climática. As conclusões são de um estudo sobre os impactos das culturas intensivas e superintensivas de olival em áreas de regadio feito, uma análise feita pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária para o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
De acordo com o estudo, avançou o ministério do Ambiente e da Ação Climática em comunicado, “a apanha mecânica noturna em olivais superintensivos provoca de forma significativa a mortalidade de aves e que as medidas de mitigação testadas, concretamente os processos de espantamento e{relacionados}nsaiadas, se revelaram ineficazes”.
Uma vez que estão comprovados os efeitos negativos deste exercício, a tutela adiantou “que a continuidade da prática da apanha mecânica noturna em olival será alvo de ação sancionatória nos termos da lei”. Para garantir que estas regras são cumpridas, o ICNF garante que vai intensificar as fiscalizações “durante os meses de outubro de 2020 a março de 2021 no sentido de assegurar que não ocorre qualquer prática que possa promover a mortalidade de aves”.
Já no ano passado, a associação ambientalista Quercus tinha defendido a suspensão desta prática, explicando que muitas aves pernoitam nos locais onde é feita a apanha da azeitona. Na altura, a Quercus referiu que cada “época de colheita de azeitona representa a morte de um número mínimo de 70 mil aves, mas que poderá atingir um máximo de 100 mil aves”.