O primeiro-ministro, António Costa, disse, esta sexta-feira, que "não devemos desvalorizar o facto de, em alguns locais muito precisos, haver uma taxa de incidência muito elevada", mas negou que haja um descontrolo no combate à pandemia em Portugal.
À saída de uma reunião com os autarcas de Loures, para discutir a situação epidemiológica no concelho, Costa garantiu que a situação está sob controlo em todo o território nacional, destacando que algumas medidas tomadas permitiram reduzir o número de casos ativos e o aparecimento de novos casos. No entanto, admitiu que "seria prematuro, neste momento, estar a aligeirar as medidas”, já tomadas.
O primeiro-ministro considerou ainda que é preciso acompanhar “dia a dia a evolução da situação” epidemiológica e relembrou que na próxima segunda-feira haverá um conselho de ministros extraordinário para avaliar a situação e definir as medidas para as próximas semanas, nomeadamente se as 19 freguesias da Área Metropolitana de Lisboa mais afetadas mantêm o estado de calamidade.
"Isto é um processo dinâmico, todos os dias há novos dados", disse.
Concretamente sobre o concelho de Loures, Costa chamou à atenção para a alteração de focos muito precisos, que se acabam por dispersar. Para o primeiro-ministro, estes casos exigem “da parte das equipas um esforço acrescido". O governante exemplificou destacando a diferença trabalhar intensamente num determinado bairro ou correr múltiplas ruas com uma extensão significativa.
Sobre o facto de o país ter sido colocado nas chamadas ‘listas vermelhas” de alguns países, Costa recordou que sempre disse que quando o país fosse saíndo do confinamento o risco de contágio acabaria por aumentar.
O governante lembrou que o país tem “focos muito localizados”, como o caso dos lares, no entanto, lembra que isso "não significa a expansão do vírus na comunidade".
Com exceção da Area Metropolitana de Lisboa, onde se verificou "uma incidência maior" de casos, o que motivou medidas localizadas, Costa garantiu que a situação é "absolutamente tranquila".
"Sem prejuízo da realidade que temos todos presente: até haver vacina, o vírus vai continuar a estar aí", disse, considerando assim injusta a decisão de alguns países.
É “injusto incluir Portugal em listas vermelhas, quem veja essas classificações parece que estamos numa situação de risco muito elevado”, disse.
António Costa voltou a enaltecer a política portuguesa de testagem massiva e recordou que há países que só testam pacientes sintomáticos.
“Há países que só testam situações sintomáticas, há outros que testam assintomáticos. Há outros que só testam casos suspeitos, outros que vão à procura de grupos específico. Tudo isto gera discrepâncias na realidade”, considerou.
Costa disse ainda que, por vezes, “há retaliação” entre países na definição das listas de países e restrições que lhes são impostas para viagens. “É preciso muito bom senso e haver diálogo sério das instituições europeias que tem corrido melhor na capacidade de resposta ao problema económico do que às questões das fronteiras”, afirmou.