Máscaras e luvas foram encontradas "sistematicamente" em rios europeus em junho, e muitas outras já terão chegado ao mar, avisou a fundação Tara, que se dedica à exploração dos oceanos. "É preocupante", avisou este domingo Romy Hentinger, dirigente da fundação francesa. Um dos grandes problemas é que muitas destas máscaras são de uso único, feitas de polipropileno e "muito finas", ou seja "irão fragmentar-se rapidamente", contribuindo para o aumento de microplásticos na água, explicou Hentinger, em declarações à rádio France Inter.
A descoberta das máscaras ocorreu em sete grandes rios europeus, entre os nove que já tinham sido explorados pela fundação Tara o ano passado, à procura de microplásticos. Em 100% das amostras recolhidas no Tamisa, Elba, Reno, Sena, Ebro, Ródano, Tibre, Garonne e Loire, entre maio e novembro de 2019, foram encontrados microplásticos. Não só foi novidade a sua presença em rios, como mostrou que estas partículas "Não se degradam no mar, sob influência dos raios UV e do sal", explicou Martin Hertau, que comandou a expedição.
O problema é que ainda sabemos muito pouco sobre o efeito dos microplásticos no meio ambiente, ou até em humanos, que consomem quantidades cada vez maiores destas partículas. Pode chegar à nossa mesa das mais variadas formas, por exemplo quando consumimos peixe ou marisco, ou através da água que bebemos.
"Baseado na informação limitada que temos, microplásticos em água potável não parecem colocar um risco de saúde nos níveis atuais. Mas precisamos de saber mais. Também precisamos de parar o aumento global na poluição com plástico", avisou em comunicado a Organização Mundial de Saúde, quando lançou um relatório sobre o assunto, em 2019.