A ativista sueca Greta Thunberg venceu, esta segunda-feira, a primeira edição do prémio Gulbenkian para a Humanidade, no valor de um milhão de euros.
A jovem sueca foi escolhida entre 136 nomeações (correspondendo a 79 organizações e 57 personalidades) provenientes de 46 países.
O prémio, no valor de 1 milhão de euros, será aplicado pela Fundação Thunberg em projetos de combate à crise climática e ecológica, de forma a ajudar os que enfrentam os piores impactos desta crise, particularmente a sul. A Fundação Thunberg começará por doar os primeiros 200 mil euros à SOS Amazonia campaign, da Fridays for Future Brazil, que combate a Covid 19 na Amazónia, e à Stop Ecocide Foundation para tornar o ecocídio um crime internacional.
O presidente do Grande Júri deste Prémio, Jorge Sampaio, numa mensagem sublinhou que a adolescente sueca "conseguiu mobilizar as gerações mais novas para a causa do clima” e que “a sua luta tenaz por mudar um status quo que teima em persistir, que fazem dela uma das figuras mais marcantes da atualidade”.
Jorge Sampaio lembrou ainda que sobre Greta Thunberg recai “a enorme responsabilidade de consolidar o seu papel de pedagogia e de liderança no combate contra as alterações climáticas como condição do desenvolvimento sustentável, para o qual a atribuição deste Prémio pretende contribuir”.
Composto por personalidades de renome internacional nos âmbitos científico, tecnológico, político e cultural, o Grande Júri destacou ainda o lado carismático e inspirador de Thunberg e a força da sua mensagem – singular e incómoda – capaz, por isso, de despertar sentimentos opostos, e a sua capacidade de marcar a diferença no combate às alterações climáticas.
“Com a atribuição deste Prémio”, afirma a presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Isabel Mota, “a Fundação sublinha o seu compromisso para com a urgência da ação climática, contribuindo para uma sociedade mais resiliente e preparada para as alterações globais, protegendo em especial os mais vulneráveis”.
Já Greta Thunberg diz “estar extremamente honrada” por vencer o Prémio Gulbenkian para a Humanidade. A jovem ativista diz que “ estamos a viver uma situação de emergência” e revela que a sua Fundação “irá doar o dinheiro do Prémio, o mais rapidamente possível, a organizações e projetos que lutam por um mundo sustentável e defendem a natureza, apoiando pessoas que enfrentam os piores impactos da crise ecológica e climática.