A Cofina já reagiu às acusações da Media Capital que davam conta que o grupo liderado por Paulo Fernandes queria manchar a imagem da dona da TVI e das suas associadas, tal como o i avançou na edição desta quarta-feira.
“Tendo em conta recentes declarações públicas sobre uma pretensa influência da Cofina junto” da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), “a Cofina relembra que, nos termos da Lei, a ERC é uma entidade independente por natureza, dotada de amplos poderes de atuação oficiosa (sem necessidade de qualquer impulso de terceiros), e insuscetível de influências no exercício das respetivas competências e atribuições, cujo progresso e eventual desfecho estarão sempre na exclusiva esfera desta”, disse fonte oficial à Lusa.
A mesma fonte confirma à agência de notícias a informação já avançada pelo SOL no passado sábado: a Cofina mantém o interesse na aquisição da maioria do capital da Media Capital.
Recorde-se que a Media Capital enviou uma carta à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) na qual questiona o regulador dos média sobre um comunicado em que a ERC dá conta de estar a analisar as mudanças na estrutura acionista da TVI. A carta, a que o i teve acesso, já foi enviada à 1.a Comissão da Assembleia da República, à Comissão da Cultura e a todos os líderes parlamentares.
A Media Capital garante não entender a razão do comunicado nem “a necessidade sentida de fazer públicas suspeitas que não têm qualquer fundamento” e diz acreditar que este comunicado será “um ato precipitado e infundado” mas, no entanto, não poder ignorar o facto de que a mesma surge na sequência de publicações “especulativas e infundadas” por órgãos de comunicação social “que pertencem ao grupo Cofina”.
“Ora, este grupo já manifestou, por soberbas vezes, que está interessado em adquirir o controlo do grupo Media Capital”, atira a dona da TVI, acrescentando que o comunicado da ERC surge apenas duas horas depois de notícias difundidas pela Cofina. “A Cofina consegue, desta forma tão fácil, atingir os objetivos que a movem e que não são mais do que afetar o valor do grupo Media Capital e das suas participadas relevantes, como é o caso da TVI”, afetando também a Prisa. Acusa ainda a Media Capital de a Cofina ter afetado o grupo por ter deixado cair por terra a compra.
E as críticas não se ficam por aqui, com a Media Capital a acusar a Cofina de “instrumentalizar a ERC” para manchar a imagem do grupo concorrente – no que pode ser lido como uma referência às relações de proximidade entre o polémico presidente da ERC, Sebastião Póvoas, e o presidente executivo da detentora do CM, Paulo Fernandes.