Os lucros líquidos da NOS recuaram 61% para os 35 milhões de euros, no primeiro semestre do ano, um valor que compara com os 90,2 milhões de euros registados nos primeiros seis meses de 2019, informou a operadora esta quarta-feira em nota enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Em comunicado, a NOS justifica os resultados com o “impacto da pandemia, que teve o seu inicio no final de fevereiro” e “intensificou-se no segundo trimestre do ano, devido ao confinamento decretado pelas autoridades”. Ainda assim, a Nos admite “uma melhoria ténue na recuperação económica” no período em que as restrições “foram sendo suavizadas a partir de meados de maio”.
Neste período, as receitas apresentaram uma quebra homóloga de 7,6% para 666,6 milhões de euros, assistindo-se a uma quebra, de diferente intensidade, em todas as linhas de negócio.
O EBITDA atingiu 310,6 milhões de euros, o equivalente a uma redução de 6,3%, com a margem EBITDA a melhorar 0,7 pontos percentuais para 46,6%.
Segundo o relatório, neste primeiro semestre, o número de serviços prestados pela Nos aumentou 223 mil ou 2,3% para 9761 milhões. Os serviços de televisão aumentaram 1,9% para 1648 milhões, enquanto os serviços de comunicações móveis evoluíram 2,1% para 4870 milhões. O número de casas com acesso à rede de nova geração fixa aumentou 4,2% para 4685 milhões.
“As operações de telecomunicações registaram uma performance muito resiliente, de que é reflexo o aumento de subscrições verificadas. O consumo das famílias manteve-se estável, continuando a ser sentida alguma pressão no segmento de pequenas e médias empresas, que tem subjacente o encerramento parcial ou completo das suas atividades. A redução drástica do turismo e viagens internacionais motivou igualmente uma redução nas receitas de roaming. A oferta dos canais premium desportivos durante dois meses motivou de igual forma uma quebra nas receitas face ao período homólogo do ano passado”, lê-se na nota.
Já a atividade de exibição de cinema foi encerrada no dia 16 de março, mantendo-se completamente encerrada no decorrer do segundo trimestre. A reabertura efetuou-se no início de julho, mas com limitações.
Confiança no futuro. No comunicado, o CEO da NOS, Miguel Almeida, refere que o “semestre que agora terminou constituiu um dos momentos mais desafiantes na ainda curta história da Nos. A pandemia covi-19 colocou, e continua a colocar, a empresa à prova nas suas mais diversas frentes”.
O gestor elogia a resposta “absolutamente extraordinária” dado pelos colaboradores que, segundo Miguel Almeida, “criaram as condições para que a Nos tivesse respondido de forma exemplar a esses desafios”.
“O futuro próximo continuará a ser desafiante, mas não nos vamos desviar um centímetro da nossa missão de servir os nossos clientes com produtos e serviços de qualidade que respondam às suas novas necessidades e superem as suas expectativas. Nesse sentido, o nosso investimento nas mais recentes tecnologias e no lançamento de novas soluções será ainda mais reforçado”, lê-se no comunicado.
O CEO da Nos terminou deixando críticas àquilo que considera ser a “crescente, incompreensível e absolutamente injustificada hostilidade regulatória para com o setor das comunicações eletrónicas” em Portugal, mas garante que a empresa olha para o futuro “com a certeza de que estamos preparados para contribuir para a recuperação económica, ao lado das famílias, instituições e empresas”.