Há uma matéria da mais extrema relevância que tem sido remetida à mais exemplar irrelevância em Portugal (por motivos que desafiam qualquer lógica, quer política, quer jornalística). Matéria que é, aliás, um reflexo das tendências geopolíticas mais candentes do tempo em que vivemos – e que deve preocupar Portugal de sobremaneira, na medida em que envolve um país com uma extensa comunidade lusa e um país integrante da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa).
Referimo-nos à detenção de um dos “bad hombres” da Venezuela – e este é um “bad hombre” VIP, tido como braço-direito e testa de ferro do chefe máximo dos “bad hombres” venezuelanos, o criminoso e ilegítimo Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de seu nome Alex Saab. Vamos por partes.
Quem é, em termos mais precisos, Alex Saab? Alex Saab é o homem da máxima confiança e testa de ferro do ilegítimo Presidente da Venezuela, em negócios que envolvem tráfico internacional de narcóticos, prático de atos de corrupção (na Venezuela e em outros países, com políticos amigos do regime chavista-madurista) e roubo pornográfico do povo venezuelano.
Alex Saab – nascido na Venezuela, com passaporte da Antígua e Barbuda, cujo Primeiro-Ministro Gaston Browne é próximo da Venezuela e suspeita-se que haja relações de quid pro quo entre o regime venezuelano e o governo deste país soberano, da “Commonwealth”, situado no Mar das Caraíbas: inserindo-se nestas relações de troca de favores, a emissão do passaporte do país a Saab – tem descendência libanesa e tem colaborado com organizações terroristas no Médio Oriente.
A pedido dos EUA, a INTERPOL (a Polícia Internacional) emitiu um alerta vermelho visando a captura de Saab – esta viria a ocorrer em Cabo Verde, no passado mês de Junho. Saab estaria a completar mais uma operação de transporte de ouro da Venezuela para a Turquia como pagamento pelo fornecimento de alimentos no âmbito do programa socialista “ouro por alimentos”.
Estima-se que o valor obtido pela Turquia de Erdogan terá ascendido a 900 milhões de dólares, tudo dinheiro roubado ao povo venezuelano – parte deste montante terá sido depositado em contas tituladas por empresas constituídas por Saab e Nicolás Maduro em Istambul, branqueando o dinheiro saqueado ao seu próprio povo.
Mas há mais: o programa “ouro por alimentos” é gerida por estruturas burocrático-administrativas venezuelanas conhecidas como CLAP – Comité Local de Abastecimiento y Produción. A estas estruturas, controladas por figuras da total confiança de Nicolás Maduro, cabe a fixação dos preços dos alimentos vendidos aos venezuelanos. Aqui entra novamente Saab: este pagava avultados subornos aos “apparatchiks” do regime venezuelano para inflacionar os preços, vendendo-os ao povo Venezuela por margens entre 120 a 150% superiores ao preço original.
Tudo, claro, em nome da caridade e da justiça social, lutando contra a pobreza. De facto, são coerentes: o regime de Maduro promete acabar com a pobreza e acaba – só que o fim da pobreza é circunscrito à família do Maduro e aos seus amigos. Mais uma vez se comprova que a fronteira entre socialismo e crime social é muito ténue. O mesmo esquema começou, entretanto, a ser aplicado à venda de habitação social, contando aqui com a colaboração de outros políticos da América Latina, aliados da Venezuela de Maduro.
Os lucros assim obtidos por esta elite socialista venezuelana eram braqueados por intervenção de Alex Saab através de empresas-veículo na Turquia, no Panamá, nos Emirados Árabes Unidos, no Irão e na China. A vida faustosa de Nicolás Maduro – documentadas por famosos vídeos virais no “youtube” – era financiada, nos últimos anos, por contas bancárias sediadas em território dos Ayatollahs e em várias localizações na China. E na Turquia, dados os especiais laços criados nos últimos anos entre Saab, Erdogan, família de Erdogan e o seu círculo político.
O interesse do Irão é especialmente relevante nesta sede: Alex Saab e Álvaro Enrique Pulido Vargas (homem discreto que se tornou milionário em função dos negócios com o Governo do Presidente ilegítimo Maduro) criaram diversas empresas ligadas à exploração de petróleo que acabaram por conduzir à pré-falência da empresa petrolífera venezuelana PDVSA, um manto de corrupção da elite socialista venezuelana (e que surge no processo criminal contra Ricardo Salgado e o BES).
Ora, com a empresa incapaz de produzir, dada as ineficiências geradas pela corrupção, o regime socialista de Nicolás Maduro começou a ter de importar petróleo do Irão dos Ayatollahs. Assim, se garante o financiamento do regime iraniano, ao mesmo tempo que Nicolás Maduro se auto-protege (com a ajuda do Irão e de grupos terroristas ligados aos Ayatollahs) e cede posições importantes, do ponto de vista, geopolítico aos iranianos.
E a que fins se destinava o dinheiro branqueado por Maduro, o seu testa de ferro Alex Saab e seus muchachos? A resposta é muito curiosa.
Para além da gratificação pessoal de Nicolás Maduro e seus familiares, o dinheiro branqueado – roubado ao povo venezuelano e decorrente do tráfico de droga patrocinado e incentivado pelo regime socialista venezuelano – tem servido para o financiamento de partidos políticos de esquerda, com destaque para o espanhol Podemos, de Pablo Iglésias.
Na verdade, o Podemos mais não é do que uma sucursal do regime socialista corrupto venezuelano de Maduro na Europa. E aqui bem perto de nós. No Governo espanhol – o que levanta, sem sombra de dúvidas, um problema de segurança nacional para Portugal.
Ter o Podemos no poder significa que Pablo Iglésias tem acesso a informações privilegiadas sobre Espanha – e sobre Portugal, dada a proximidade entre os dois países e a estreita conexão em termos de intelligence – que passa ao regime criminoso e ilegítimo da Venezuela. À atenção das autoridades portuguesas não rendidas ainda às conveniências de António Costa e do Bloco de Esquerda: todo o cuidado é pouco. Estamos a falar de informações sobre segurança que vão parar a uma rede gigantesca de tráfico de droga, de criminalidade económico-financeira, de financiamento ao terrorismo, de corrupção e que dispõe, por razões várias, um conjunto de informações sobre Portugal que não podemos negligenciar – tudo isto sob a aparência de um regime político e de um Governo.
Recordemos: Nicolás Maduro é apenas o Presidente ilegítimo, inconstitucional, da Venezuela. Enquanto este Presidente ilegítimo cuida de si e dos seus, branqueando dinheiro – o povo Venezuelano é condenado à mais vil miséria. É disto que a esquerda gosta?
Quem tem já muito medo do que possa suceder com Alex Saab é, para além do próprio Maduro, os regimes iraniano e turco. Não é por acaso que Erdogan já enviou um jacto privado para Cabo Verde, estando aí estacionado, para transportar Saab para a Turquia – segundo apurámos, este jacto privado é propriedade de um familiar do próprio Presidente turco, Recep Erdogan (provavelmente do filho Ahmet Erdogan). Um plano de fuga de Alex Saab já está a ser planeado (e executado) – à atenção das autoridades de Cabo Verde.
Claro que o Podemos (o equivalente ao Bloco de Esquerda) espanhol já entrou em loucura coletiva – mais escândalos o aguardam…
Uma nota final (por hoje) para enaltecer a lisura e a correção da atuação do Governo de Cabo Verde , Ulisses Correia e Silva, e da Ministra da Justiça, Janine Santos Lélis, neste processo, aceitando o pedido de extradição do narco-traficante, corrupto e terrorista Alex Saab para os EUA.
Que o Tribunal da Relação de Barlavento, em São Vicente, não ceda às pressões dos terroristas e dos tentáculos deste polvo criminoso transfronteiriço e atue de acordo com a evidência do vasto manancial de provas (inequívocas) à sua disposição.
Nem tão pouco funcionários mais descuidados permitam que Alex Saab fuja para destino incerto…que nós sabemos ser certo. A credibilidade e o respeito que Cabo Verde merece – muito justamente, mérito do seu extraordinário povo – sofreriam um duro revés.
O destino de Alex Saab só pode ser um: rumar diretamente de Cabo Verde para Miami, onde uma cela no “Federal Detention Center” já o espera. E o próximo será Nicolás Maduro, mais cedo do que se julga.