Opinião: A” ONU Israel” protege o Líbano: os capacetes azuis (e brancos) lutam pelos direitos humanos contra a sucursal terrorista iraniana

O Estado de Israel, nas últimas horas, reagiu (como tem sempre reagido: Israel é um exemplo de estudo em termos de auto-contenção na reação a agressões alheias, face à enormidade e severidade das ameaças, concretizadas, de que é vítima) como qualquer um de nós, na sua vida quotidiana, reagiria: defendendo-se e defendendo os seus.

Hoje falamos sobre direitos humanos. Direitos humanos na sua real aceção – e na sua concretização real. Não aqueles “direitos humanos” como arma de retórica ao serviço da propaganda de certos políticos e económico-financeiros: os direitos humanos que organizações (na fronteira da legalidade ou já muito para além da fronteira da legalidade democrática) de “sociedades abertas” invocam para levar jovens ingénuos (alguns, admitimos, de boa vontade, genuinamente preocupados com o presente e o futuro da comunidade) a praticarem atos de pura violência nas ruas de cidades emblemáticas do mundo livre.

Citando o comediante genial norte-americano que é Larry David, a propósito das acusações de racismo dirigidas a Donald Trump em 2015, “ Trump é um grande racista – acabei de receber uma nota de 500 dólares para dizer isto…”. Também aqui os protestantes dos direitos humanos, que se divertem na arte modernaça de partir estátuas, estão aguardando os respetivos cheques de certas organizações que têm muito interesse na derrota de Trump, na vitória de Joe Biden – e no regresso ao “business as usual” com a China, com o Irão e com outros regimes que constituem o novo “Eixo do Mal”…

Passemos à frente.

Hoje é MESMO tempo de reforçar a relevância estrutural e estruturante dos direitos humanos. E, como todos sabemos, o direito humano mais fundamental é o direito à vida – para o garantir, no processo histórico do devir humano, surgiram os Estados. Uma tarefa fundamental dos Estados – porventura, a mais fundamental ou, pelo menos, a primeira de todas – é a garantia da segurança individual e coletiva, abrangendo esta última a defesa contra ingerências e violências externas. De Países vizinhos, de países adversários ou (e sobretudo) de Estados-Párias.

Os Estados – e especialmente, atendendo ao seu substrato funcional-axiológico, os Estados democráticos – têm o dever fundamental de garantir a integridade das suas fronteiras e a segurança de todos e de cada um dos seus cidadãos.

Pois bem, esta é a premissa fundamental para analisarmos os acontecimentos das últimas horas na fronteira entre Israel e o Líbano. O Governo de Israel tem, a seu cargo, o dever fundamental de proteger as fronteiras do Estado, garantindo a segurança do povo israelita (de todos: sem discriminação, em função de qualquer critério, como a extrema-esquerda europeia gosta de propalar, inventando descaradamente); o Líbano tem o dever fundamental de se abster de praticar quaisquer atos que possam perigar a segurança de Israel.

Dir-se-á que o Líbano, como Estado, tem idêntico direito de defender as suas fronteiras e o seu povo: é certo. Mas tal argumento é tão inútil quanto dizer-se que os ladrões e homicidas têm direito à vida, vigorando também quanto a eles (em seu benefício) um dever geral de não-agressão por parte de todos os demais: a partir do momento em que um ladrão, um homicida ou um agressor coloca em causa os nossos direitos fundamentais, nós temos o direito (e o dever!) de proteger o nosso património, a nossa vida e a nossa família.

O Direito sabe-o e consagra esta evidência elementar da vivência humana: daí a consagração legal dos chamados mecanismos de autotutela do Direito e de direitos, como a legítima defesa (preventiva e reativa) ou o estado de necessidade. Assim o é quanto à nossa existência singular; assim o é quanto à nossa existência colectiva: da mesma forma que não podemos exigir à pessoa que atacamos, a quem ameaçamos a sua própria existência, que tenha o mesmo respeito pelos nossos direitos que lhe seria exigível em condições normais, de convivência plena entre “law abiding citizens” – também não podemos exigir que Estados sob ataque tenham o mesmo nível de respeito, de deferência para com a integridade das fronteiras terceiras, para com os Estados (seus vizinhos) agressores.

Assim, enfim, como nenhuma pessoa é obrigada a consentir agressões alheias (ninguém tem o dever de suportar sofrimento hétero-imposto), nenhum Estado é obrigado a suportar violências desumanas e bárbaras provenientes de atores internacionais terceiros. Eis –reiteramos – a premissa essencial sobre a qual todas as interpretações (intelectualmente razoáveis e humanamente admissíveis) sobre os acontecimentos no Médio Oriente têm de assentar.

O Estado de Israel, nas últimas horas, reagiu (como tem sempre reagido: Israel é um exemplo de estudo em termos de auto-contenção na reação a agressões alheias, face à enormidade e severidade das ameaças, concretizadas, de que é vítima) como qualquer um de nós, na sua vida quotidiana, reagiria: defendendo-se e defendendo os seus.

Pois bem, escrevemos atrás, que Israel foi alvo de agressões de atores internacionais. Expliquemos: ao contrário do que tem sido escrito, Israel não é (apenas) atacado pelo Estado do Líbano.

Antes, Israel é atacado pelo Líbano e pelos mercenários a soldo dos Ayatollahs iranianos que são os terroristas do Hezbollah: o Hezbollah é uma associação criminosa transnacional que persegue os fins dos Ayatollahs. Esta é, aliás, uma das tendências da atuação protagonizadas pelo novo “Eixo do Mal”: a dissociação entre Estado (que promete, como manobra de relações públicas, a plena integração nas instituições internacionais e respeito pelo Direito Internacional) e grupos privados, com comando difuso e oculto, que desestabilizam os países livres e democratas à medida dos interesses perseguidos pelos Estados-Pária (o Irão é um exemplo perfeito do que acabámos de enunciar).

Nós vamos até mais longe: temos defendido que os Estados da Síria e do Líbano são hoje uma mera ficção.

Quem manda no Líbano não são as autoridades institucionalizadas, mas sim as autoridades importadas e dissimuladas. Quem manda no Líbano não é o Presidente (constitucional) Michel Auon, mas sim o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah.

Há o risco sério de os destroços do Líbano e da Síria – dois Estados quase falhados, nos dias que correm – darem lugar à constituição de um “Little Iran” mesmo às portas da única democracia do Médio Oriente, isto é, de um “Pequeno Irão”, espaço territorial que é mera extensão geopolítica do país persa de maioria xiita. O que seria desastroso para o mundo livre, para a democracia e os direitos humanos e para a segurança internacional.

Seria uma vitória para o “Império da Barbárie” que é o Irão dos Ayatollahs, um regime opressor do seu povo, das suas pessoas, o maior inferno à face da terra para as minorias que a esquerda jura querer proteger (quem mais jura, mais mente…).

O Hezbollah promete voltar a atacar com força nos próximos dias – o ataque a Israel, a partir do Sul do Líbano, já estava em marcha, sendo travado, com enorme eficácia e proporcionalidade, pelas sempre brilhantes forças de defesa israelitas.

Os direitos humanos foram, mais uma vez, exemplarmente defendidos por Israel: a morte de um terrorista do Hezbollah (um terrorista, por definição, é um negacionista radical de qualquer direito humano) permitiu defender os direitos humanos fundamentais do povo israelita. De civis, de pessoas que vivem e trabalham e já estão legitimamente fartas das brincadeiras nocivas dos Ayatollahs e do Hezbollah.

Importa frisar que o Hezbollah utiliza técnicas particularmente manhosas de guerra – nós já abordámos aqui o problema dos túneis que os terroristas às ordens dos Ayatollahs iranianos escavam ao longo da fronteira com Israel para entrarem de surpresa em território israelita, sem que o Estado democrata exemplar do Médio Oriente possa ter tempo de reação. Estamos a falar de túneis com 80 metros de profundidade e com uma extensão de quilómetro, já entrando em território israelita.

Curiosamente, ainda não vi ninguém – nem o nosso António Guterres, Secretário-Geral da ONU, que Marcelo Rebelo de Sousa descreveu como o maior presente de Natal que o povo português queria receber – a invocar o tão querido Direito Internacional.

É que estes túneis violam claramente a Resolução n.º 1701 do Conselho de Segurança da ONU, sendo uma violação grosseira dos mais básicos princípios de Direito Internacional. Não registámos nenhuma indignação da comunidade internacional, nem qualquer repreensão das declarações incendiárias de Hassan Nasrallah. Por que será?

Será que à Europa interessa que o Hezbollah avance com os seus atos terroristas para que Israel reaja – e Macron possa aparecer na “Paris Match” a dizer que tinha razão desde o início e que estes ataques resultam da iniciativa do Primeiro-Ministro Netanyahu de incorporar de direito os territórios da Judeia e da Samaria?

Será conveniente para a Europa, numa formulação já usada na política portuguesa, fazer tudo pelo Irão, fazendo nada a Israel – e beneficiando a elite política dos dinheiros que vêm do Irão dos Ayatollahs, utilizando, por omissão, os idiotas úteis do Hezbollah?

Há uma realidade que nem a esquerda e a direita dos interesses europeias, nem Nasrallah do Hezbollah conseguiram (ainda?) perceber: é que, em Israel, as fragilidades rapidamente se convertem em potencialidades.

As declarações estupidamente violentas e violentamente estúpidas de Hassan Nasrallah tiveram apenas o efeito de reforçar a coligação governamental: a imagem de Natanyahu e do General Benny Gantz ao comando das operações, mostrando a sua determinação para defender os direitos humanos, é reconfortante.

Uma amiga que vive perto da linha azul (que passa pelos Monte Golã e que representa o traçado da fronteira com o Líbano) dizia-nos que as papoilas nunca estiveram tão calmas nos Monte Golã, onde a soberania de Israel se faz sentir. Nem mesmo as papoilas se deixam já incomodar pelas declarações de Nasrallah.

Entretanto, nos próximos dias, Israel desempenhará as funções de uma verdadeira (e efetiva) ONU: defenderá os direitos humanos, no terreno e não através de discursos líricos, dos cidadãos de Israel contra agressões à sua vida e segurança de terroristas escondidos no Líbano.

E derrotar o Hezbollah é defender os direitos humanos dos libaneses, que já começam a ficar subjugados pelas estratégias de dominação e controlo radical desta organização terrorista e assassina.

É preciso defender os direitos humanos, partindo o processo de expansão dos mercenários da morte dos Ayatollahs iranianos – e não partindo estátuas nas ruas europeias e americanas, que é uma coisa muito própria desta burguesia alienada que estamos criando…

Por hoje, concluamos: os novos capacetes azuis da paz são os capacetes com a bandeira azul e branca do Estado de Israel – são eles que mais têm feito pela defesa e progresso dos direitos humanos nas regiões do globo onde esta defesa é mais urgente – e mais difícil.

Destruir o Hezbollah – e o seu criminoso líder, Nasrallah – é um ato supremo de defesa dos direitos humanos, a começar pelos direitos do povo libanês. Que Deus proteja os capacetes azuis que são os soldados de Israel.

Jlesol.naosoopiniao@gmail.com