Pelo menos 1,5 milhões de portugueses, idosos com mais de uma doença crónica, podem ser considerados pessoas em elevado risco de complicações em caso de infeção com o novo coronavírus. A estimativa é feita num artigo publicado na revista Acta Médica Portuguesa por investigadores da Escola Nacional de Saúde Pública, que apontam assim para 15,5% da população (um sexo), em risco elevado. Tiveram por base as respostas de pessoas com mais de 65 anos no último Inquérito Nacional de Saúde, de 2014. Concluem que é na região Norte, onde de resto a covid-19 fez mais vítimas mortais desde o início da epidemia, que vivem mais idosos vulneráveis, mais de meio milhão. Seguem-se a região de Lisboa e Vale do Tejo e a região Centro. “Estes resultados devem incentivar as Autoridades de Saúde a proteger os mais vulneráveis à ameaça da pandemia, particularmente nas áreas do país com maior probabilidade de serem mais afetadas”, defendem.
Hipertensão e diabetes são os fatores de risco mais comuns, sendo que acima dos 65 anos 39% dos portugueses têm pelo menos uma doença crónica. A carga de doença é maior nas mulheres, concluem ainda os investigadores, o que tem a ver também com o facto de haver mais 40% de mulheres nesta faixa etária do que homens. Os autores defendem a necessidade de mais estudos para relacionar fatores de riscos com o desfecho da infeção com o novo vírus.
A nível europeu, os dados reportados pelo diferentes países ao Centro de Controlo e Prevenção de Doenças mostram revelam que o fator de risco mais comum nos doentes graves hospitalizados – 11 844 até aqui – eram doença cardíaca (22.4%), seguindo-se diabetes (16,3%) e doença pulmonar crónica (11,1%).